Novembro-dezembro. O projeto “O Referencial de ED na prática: problemáticas e recomendações para a formação inicial e contínua de professores/as” encontra-se atualmente na fase de recolha de dados junto às iniciativas selecionadas.
Assim, já visitámos e realizámos sessões com vários/as intervenientes (estudantes, professores/as, auxiliares de educação, familiares) da Escola Básica Presidente Maria Emília, pertencente ao Agrupamento (AE) de Escolas Daniel Sampaio de Almada, do AE de Barroselas, Viana do Castelo, da Escola Superior de Educação de Viana do Castelo, da Escola Secundária de Amora, Seixal, da Escola Secundária João de Deus, Faro, e da Comunidade de Aprendizagem Enraizar na Freguesia de Santo Isidoro, Mafra.
O foco destas sessões, que se prolongarão até ao início de 2022, é perceber quais as potencialidades e os bloqueios da aplicação do Referencial ED, e da ED, de forma geral, em meio escolar, de modo a elaborar recomendações para a formação inicial e contínua de professores/as.
29 de novembro. Por uma ocasião especial, em tempos tão especiais, convidámos sócios/as, voluntários/as, pessoas e entidades próximas para um brinde no dia que marcou os 10 anos de existência da Loja de Comércio Justo do CIDAC. Contámos com a presença da presidente da Junta de Freguesia de Arroios que sublinhou a importância de lojas de proximidade no bairro e a vontade, por parte da edilidade, de continuar a apoiá-las.
Um bolo de chocolate, confecionado com cacau da MCCH (Equador) e açúcar de Cana da Central Carlos Baliño (Cuba), fez as delícias deste final de tarde tão caloroso!
"Desaparecimento de variedades locais: causas e possíveis soluções"
12 de outubro. Quais as causas e as possíveis soluções para evitar o desaparecimento de variedades locais e autóctones foi o mote para a mesa redonda promovida pelo projeto Reseed, no âmbito do Festival Internacional de Ciência - FICA OEIRAS 2021. Juntamente com Dulce Freire (investigadora principal do projeto), Joana Magos Brehm (investigadora da Universidade de Birmingham, no projeto europeu Farmer's Pride), Teresa Coelho (da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural) e Maria Helena Marques (antropóloga e jornalista, autora do livro “Guardar as Sementes: Preservar a Biodiversidade Agrícola e a Pluralidade Cultural”), discutimos fatores à micro e à macro escala que conduziram à diminuição da circulação de sementes, no país, como as políticas agrícolas; o enquadramento legal que restringe a possibilidade de troca e comercialização de sementes próprias; o envelhecimento dos e das agricultoras e redução das redes comunitárias que possibilitam essa circulação. Enquanto soluções, e no âmbito da intervenção da sociedade civil, falámos da experiência da sementeca, implementada na Loja de Comércio Justo desde fevereiro de 2018, um dispositivo informal que, de forma fluída, permite que pessoas troquem indiretamente sementes. Para ver o vídeo da sessão, clique aqui.
4-5 outubro. Qual o lugar da solidariedade internacional nas preocupações atuais de consumo/produção? Como nos organizamos para que a justiça económica e social esteja na base no que comemos, vestimos…? Na continuidade da conversa realizada na 1.ª edição do Festival Umundu Lx, em 2020, promovemos, em conjunto com a Rede Regenerar – Rede Portuguesa de Agroecologia Solidária, uma conversa online (vídeo disponível aqui) para discutirmos formas de consumo autoorganizado que liguem solidariedades locais e internacionais.
A partir das reflexões trazidas por Guilherme Raj – que estuda grupos de apoio à agricultura (CSA, AMAP, entre outras) em Portugal e Itália – e Samuel Ortiz, da Cooperativa Agroecologica La Camperola, cooperativa do Estado Espanhol, e das experiências da Rede Regenerar, da cooperativa Rizoma e do CIDAC, foram-se discutindo principalmente os constrangimentos ligados à produção de proximidade e consumo autoorganizado. Como sair desta dicotomia? Para além disso, constatou-se que pouco sabemos sobre a situação dos/as produtores/as do "sul geopolítico”. Ficando como ideias para o futuro: promover conversas com estes e estas produtoras; continuar a ligação e discussão com experiência do Estado Espanhol e organizar um debate sobre este tema no grupo de economia solidária do CES-Coimbra.
Ainda no âmbito do Festival, participámos com uma banca, no MercadUmundu, no dia 5 de outubro, no Jardim do Príncipe Real.
Abertura da Loja & Café Aroma Timor
28 de setembro. A Loja & Café Aroma Timor nasce do sonho de comercializar produtos locais, desde bebidas (como o café arábica de Maubisse e infusões de Baucau, Covalima e Maubisse) a doces confecionados com ingredientes de todas as regiões interiores de Timor, no contexto adverso da pandemia provocada pelo COVID-19. Este novo espaço, situado em Díli, foi criado no quadro do projeto “Consumo 100% local! Reforçar a ligação campo-cidade em resposta à crise do COVID-19”, com o apoio do CICL, e implementado em parceria entre PARCIC e CIDAC. Marcaram presença na inauguração, o embaixador de Portugal em Timor-Leste, José Pedro Machado Vieira, o vice-ministro do Turismo, Comércio e Indústria de Timor-Leste, Domingos Lopes Antunes, e o ex-presidente da RDTL, José Ramos Horta. A Loja & Café Aroma Timor estará aberta de segunda a sexta, entre as 9h e as 19h e possibilitará às/aos clientes não só apreciar os sabores tradicionais, como aprender a cozinhá-los nas suas próprias casas! Espera-se que, através da produção local, este espaço se venha a consolidar enquanto elo de ligação entre produtores/as rurais e consumidores/as urbanos/as, reforçando assim a economia timorense em tempos de pandemia e para além dela. Para ver mais fotos, clique aqui.
Novos produtos de Comércio Justo
Setembro. Começámos a trabalhar com uma importadora de comércio justo, a Mundo Solidario, de Navarra (Estado Espanhol), à qual adquirimos vários novos produtos: tabletes de chocolate, cacau solúvel, chás e infusão de flor de hibisco, frutos secos com cobertura de chocolate, rebuçados de menta, limão e café. A Mundo Solidario dedica-se à importação, distribuição e comercialização de produtos de comércio justo, em especial alimentos e produtos têxteis de diversas organizações camponesas e de artesã/os. Trabalha também na sensibilização sobre os problemas dos grupos mais vulneráveis dos países do “sul”. Tem como princípios: financiar os/as produtores/as mediante pagamentos parciais antecipados (tanto para a aquisição de matérias primas quanto para pagamento de salários); promoção de processos de produção que respeitam as pessoas e o meio ambiente; pagamento de um preço justo pelos produtos e estabelecimento de relações comerciais de longo prazo; alocar os lucros, quando os há, para apoiar novos projetos e alargar as redes de distribuição. Venha conhecer os novos produtos na Loja de Comércio Justo.
Loja de Comércio Justo em mercados
24-30 de julho. Continuamos a levar a Loja de Comércio Justo “fora de portas”. Em maio, experimentámos o novo Almada Green Market, no Parque da Paz, em Almada. Regressámos em julho, no último fim de semana do mês, com uma banca em que demos especial relevo ao artesanato internacional e português.
Após um mapeamento dos mercados regulares de bairro, em Lisboa, estivemos no mercado do Bairro Azul e na Alameda, entre 28 e 30.
Iremos avaliar estas experiências, para percebermos potencialidades e limites. No contexto atual, o tom ainda é o da imprevisibilidade, no entanto, é importante tentar todas as alternativas possíveis!
Uma biblioteca de sementes no Agrupamento de Escolas de Benfica
23 de junho. Em março de 2020, começou a germinar a ideia de criar bibliotecas de sementes nos dois agrupamentos de escolas parceiras do projeto de ED “Escola ser vivo dentro de um ecossistema”. Com a professora bibliotecária do Agrupamento de Escolas de Benfica (AEB) e os professores bibliotecários do Agrupamento de Escolas Lidley Cintra, no Lumiar, CIDAC e FGS foram desenhando uma trajetória que envolvesse outros/as professores/as e estudantes na criação de um dispositivo nas bibliotecas escolares para promover a curiosidade, conhecimento e troca deste rico património genético, agrícola, florestal, gastronómico, histórico… que são as sementes.
No AEB, trabalhámos desde novembro 2020 até junho deste ano – com alguns meses de confinamento e interregno pelo meio - com uma turma de biologia do 10.º e a respetiva professora. Após algumas experiências de sementeiras, de pesquisa sobre plantas e recolha de sementes, pensaram em formas de divulgação e de criação de um stock inicial de sementes na escola; desenharam um logótipo e etiquetas de catalogação; criaram um ficheiro de registo das sementes e um site, ainda em construção. Finalizámos esta atividade com a montagem propriamente dita da sementeca na biblioteca escolar, a 23 de junho, e com um pic-nic no espaço exterior da escola.
À sementeca alojada na biblioteca estará associada uma sementeca móvel para uso dos/as professores/as em sala de aula, um conjunto de materiais educativos disponíveis na biblioteca, uma estufa para reprodução de sementes e plântulas e uma casa-”abrigo”, no recinto exterior do estabelecimento, para atividades em torno desta temática.
Este grupo de estudantes irá continuar, no próximo ano letivo, a recolha, investigação e catalogação de sementes, e dinamizará a sementeca para que as sementes possam circular, cair na terra e alimentar-nos.
Escola de verão sobre desenvolvimento 2021
15-17 de junho. Qual o futuro do desenvolvimento e que desafios acarreta é uma pergunta recorrente, embora com matizes diferentes ao longo das décadas… do desenvolvimento. O papel que a justiça comercial internacional tem a jogar; que atores da sociedade civil participam nas estratégias de desenvolvimento, são questões que há muito nos preocupam, a que acrescem, nos últimos anos, o reconhecimento quase inevitável do setor privado como ator do desenvolvimento e a financeirização deste campo de intervenção. Como tal buscamos discuti-las, atualizando e aprofundando conhecimentos sobre as mesmas. A 3.ª edição do Summer Course on International Development, organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian, PPONG e pelo CEsA/ISEG, entre 15 e 17 de junho, permitiu aprofundar algumas destas discussões.
Falou-se do impacto da atual pandemia num eventual repensar da Cooperação para o Desenvolvimento, nomeadamente na necessidade de criar espaços de construção e decisão verdadeiramente partilhados, com mecanismos de minimização das diferenças de poder entre parceiros. Reconhecendo que a esta lógica teria de estar subjacente a vontade de abdicar do atual poder negocial por parte dos países que sempre se apresentaram como doadores, imaginou-se que este poderia ser o momento ideal para começar a fazer.
No campo das novas tendências para o financiamento, emerge com maior destaque a chamada “blended finance”. Esta é uma tendência que nos coloca perante a complexidade do mundo financeiro aplicado ao desenvolvimento e que começou a ser anunciada como a solução, em particular, para a eficácia dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em 2015 pela ONU. Para além da promoção das parcerias público-privadas, cujos resultados ou impactos são pouco conhecidos, fala-se no papel das entidades financeiras estatais ou multilaterais como facilitadoras, garantes e promotoras de fundos privados de natureza múltipla (fundos de investimentos, fundos de pensões, portfolios de crédito, etc.) que poderão financiar tanto as grandes obras de infraestruturas e de serviços, como pequenas “start ups”, nos países ditos em desenvolvimento.
Neste quadro de “investimento inovador” restam, porém, velhas questões do desenvolvimento como o endividamento crónico desses Estados e a reestruturação da dívida, para as quais estes novos mecanismos não parecem ser consensualmente uma resposta adequada.
Participámos ainda na sessão sobre a ligação entre Desenvolvimento e Justiça no Comércio, numa sessão muito centrada nos ideais do Comércio Justo e nas conexões entre os mecanismos da ajuda e do comércio. Desta sessão retivemos o ponto sobre (in)coerência de políticas nomeadamente na ligação (inexistente) entre os princípios anunciados de transição verde e os acordos económicos bilaterais: como minimizar os impactos negativos desta transição? Como avançar sem impor aos países do sul requisitos demasiado altos para o que são as suas condições específicas? Como interligar as agendas ambiental e social no quadro das políticas comerciais da UE?
Discutindo justiça económica na Escola Secundária Luís de Camões
27 de maio. A convite da Associação de Estudantes da Escola Secundária Luís de Camões, o CIDAC esteve nesta escola de Lisboa numa sessão com cerca de 30 estudantes do 10.º ano. Consumo como liberdade de escolha ou como condicionamento do “sistema”, ou ainda como condicionamento do rendimento de cada um/a; rendimento baseado na garantia da dignidade das pessoas ou na meritocracia; a inteligência artificial e o futuro do trabalho; a injustiça como inerente à natureza humana ou como consequência do sistema social, económico e político; a fatalidade do “estado das coisas” ou as possibilidades de mudança através da iniciativa das pessoas ou da reforma das organizações internacionais, como a ONU, foram algumas das questões e dos prismas trazidos e discutidos pelos/as jovens em torno da ideia de maior justiça nas relações económicas e comerciais.
Para o CIDAC, é importante estreitar relações com o estabelecimento de ensino mais próximo da nossa sede. Nesse sentido, esperamos poder prosseguir com outras iniciativas no âmbito do comércio justo, economia solidária e da ED-ECG junto de professores/as e estudantes.
Contudo, a lei existe e as sementes ficaram lá. Esperamos que mais cedo do que tarde, os movimentos de Economia Solidária e Comércio Justo brasileiros possam retomar o seu caminho de promoção da justiça e equidade.
Na nossa intervenção tivemos a oportunidade de fazer um relato da situação atual do Comércio Justo em Portugal e na Europa: o impacto negativo que a apropriação do conceito pela grande distribuição alimentar tem nas organizações de base do Comércio Justo; como algumas organizações de cariz associativo e cooperativo têm resistido e criado alternativas, e como o CIDAC tem integrado estas iniciativas.
Referencial ED – Primeira reunião do Conselho Consultivo
15 de abril. O Projeto “O Referencial de ED na prática: problemáticas e recomendações para a formação inicial e contínua de professores/as” reuniu o seu Conselho Consultivo no dia 15 de abril.
Este projeto que está a ser implementado pelo CIDAC e Fundação Gonçalo da Silveira (FGS), conforme noticiado num anterior informe, desenvolverá um estudo que nos dará pistas sobre as práticas e a aplicação do Referencial de ED nos vários níveis de ensino, desde o primeiro ciclo até ao secundário. Problemas, constrangimentos e casos bem sucedidos que deem origem a recomendações para a formação inicial e contínua de professores/as.
O Conselho Consultivo, cujos/as membros são oriundos/as de Institutos de Ensino Superior, Centros de Formação, Universidades, a Associação que representa as Escolas Superiores de Educação, Agrupamentos de Escolas, Associação dos/as professores/as de Geografia e/ou ligados/as a anteriores processos relacionados com este campo educativo, terá como função o acompanhamento do processo em cada fase do projeto.
O encontro online do grupo realizou-se num espírito de entusiasmo e de abertura à colaboração, de forma a enriquecer o projeto nas suas componentes metodológicas e nas sugestões de casos a estudar, de forma a garantir a sua heterogeneidade.
Contámos com 11 participantes, para além dos 5 membros da equipa CIDAC e FGS.
Estas conversas temáticas - que começaram em meados de janeiro - tiveram até agora 4 sessões de sábado à tarde, quinzenais, nas quais se encontraram - on line - membros da equipa permanente e jovens voluntárias/os do CIDAC. Nasceram precisamente de uma necessidade diagnosticada por algumas voluntárias de encontrar um espaço onde se pudessem aprofundar as várias temáticas que atravessam o Comércio Justo, numa dupla lógica: por um lado fortalecer o trabalho de voluntariado na Loja e, por outro, aprofundar conhecimentos no quadro temático mais global da atividade do CIDAC.
Com o encerramento da Loja aos dias de semana (desde meados de janeiro), este espaço tem vindo a constituir-se num local de encontro e de aprendizagens informais, que valorizamos muitíssimo, inclusivamente com a capacidade de acolher novos/as voluntários/as que, apesar da pandemia, nos contactaram no sentido de manifestar disponibilidade para colaborar de alguma forma. Estamos em crer que aprofundando o conhecimento mútuo e o domínio temático criamos condições para, em conjunto, pensarmos linhas de trabalho a desenvolver no futuro próximo, quem sabe até para além do próprio voluntariado na Loja.
A próxima sessão está já agendada para o dia 20 de março.
Janeiro. O CIDAC, em parceria com a Fundação Gonçalo da Silveira, iniciou em janeiro de 2021 um novo projeto de Educação para o Desenvolvimento/ED, que se irá desenrolar ao longo dos próximos 24 meses.
Financiado pelo Camões Instituto da Cooperação e da Língua, este projeto, denominado “O Referencial de ED na prática: problemáticas e recomendações para a formação inicial e contínua de professores/as” pretende dar continuidade ao caminho percorrido, primeiro com a elaboração do Referencial de ED e depois com “O Referencial de Educação para o Desenvolvimento – Educação Pré-escolar, Ensino Básico e Ensino Secundário na Formação Inicial de Educadores/as e Professores/as”. Tem como objetivo geral contribuir para o reforço das condições de aplicação prática do Referencial ED no sistema formal de ensino e como objetivo específico produzir recomendações para a formação inicial e contínua de professores/as conducentes ao reforço da aplicação do Referencial de ED.
Para além da recolha e tratamento de dados prevista, este projeto pretende contribuir para a reflexão mais global sobre o contexto de intervenção em ED no sistema formal de ensino que, nos últimos anos, sofreu uma profunda alteração. Tendo como ponto de partida as diferentes formas de aplicação do Referencial ED nas escolas, e mais especificamente ainda, no que tem sido a experiência dos/as professores/as, propomo-nos associar um conjunto de atores ligados à formação de professores, com os quais possamos refletir sobre os caminhos que ainda a fazer.
O Referencial de Educação para o Desenvolvimento – educação pré-escolar, ensino básico e ensino secundário é um documento orientador, editado pelo Ministério da Educação em 2016, que visa enquadrar a intervenção pedagógica da Educação para o Desenvolvimento, como dimensão da educação para a cidadania, e promover a sua implementação na educação pré-escolar e nos ensinos básico e secundário. Este documento resultou do trabalho de co-autoria entre Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., CIDAC, Fundação Gonçalo da Silveira e Direção Geral de Educação/ME.
Dia Internacional dos Direitos Humanos e Comércio Justo
10 de dezembro. Neste dia de celebração do respeito pela dignidade humana, os/as Jovens Embaixadores/as do Comércio Justo da Escola José Gomes Ferreira organizaram, juntamente com o CIDAC, uma palestra dedicada às relações entre Direitos Humanos e Comércio Justo. Cerca de 100 alunos e alunas do 9.º e 10.º ano assistiram ao evento que, para além das intervenções de 3 dos/as jovens que dinamizam esta iniciativa, contou ainda com o contributo de um antigo Jovem Embaixador, hoje a fazer um mestrado em Economia Política, assim como da Diretora do Agrupamento de Escolas de Benfica e da professora responsável pelo acompanhamento do grupo de alunos e alunas na escola.
10 anos Loja de Comércio Justo
Lanche-convívio solidário
27 de novembro. Conviver e celebrar enquanto degustamos produtos de comércio justo e conversamos com um artesão foi o mote para o lanche solidário, no dia 27 de novembro. Voluntários/as, sócios/as, agricultoras, amigos e amigas de longa data estiveram, no CIDAC, à conversa com Emilio Fernandez da cooperativa Ichimay Wari (Peru), via Zoom. Emilio contou-nos a história da organização e os seus modos de trabalhar a lã e a terracota; a forma como se veem dentro do movimento de comércio justo internacional; as vicissitudes por que têm passado em tempos pandémicos.
Ao longo do lanche vimos o vídeo que assinala os 10 anos da Loja e os parabéns de vários/as produtores/as e organizações com quem a Loja trabalha.
41.º aniversário da Escola Secundária José Gomes Ferreira
22 de novembro. Uma sementeca na escola e uma banca de comércio justo foram duas das atividades promovidas pela comunidade escolar da Escola Secundária José Gomes Ferreira no dia do seu aniversário, em colaboração com o CIDAC.
Para além do acervo existente na biblioteca, a sementeca tem agora uma casa-abrigo, na entrada da escola, onde se poderão fazer trocas de sementes, entre outras atividades educativas em torno do tema das sementes, alimentação e agricultura.
O grupo de jovens que dinamiza desde 2019 a Loja de Comércio Justo da Escola organizou uma banca com produtos alimentares e de artesanato, no âmbito da mostra de projetos e clubes da Escola.
2.º Encontro de ONGs de Países de Língua Portuguesa
14-15 de outubro. Neste encontro, que teve lugar em Lisboa, estiveram presentes 18 organizações dos vários países da CPLP (com exceção de Timor-Leste), para discutir sobre os caminhos já feitos em conjunto e os desafios que se nos colocam atualmente no âmbito da Cooperação para o Desenvolvimento. A estas ONG juntaram-se algumas entidades, públicas e privadas, que alargaram o âmbito dos debates.
O convite partiu da ACEP e, apesar das muitas limitações decorrentes das medidas de controlo da pandemia com que convivemos, a iniciativa foi muito saudada, quer pela oportunidade de reflexão conjunta, quer pela possibilidade de o fazer presencialmente.
Em jeito de conversas várias, foram propostos diferentes olhares que refletiram a realidade de cada um/a do/as participantes, em torno do percurso já feito, das continuidades e ruturas com que nos vamos confrontando, das relações que estabelecemos entre organizações pares e com os outros e, para terminar, sobre os desafios que estamos agora mesmo a viver e que somos capazes de perspetivar para o futuro da nossa intervenção.
No final do encontro as organizadoras facilitaram a produção de uma Declaração Final, na qual procurámos sistematizar o essencial destas conversas, construindo assim um documento de recomendações que podemos partilhar com todos e todas e cuja intervenção se cruza de alguma forma com a nossa. É esta Declaração Final do 2.º Encontro de ONGs de Países de Língua Portuguesa que vos convidamos agora a ler.
Visita ao stand das Capuchinhas na FIA - relato das voluntárias do CIDAC
11 de setembro. O CIDAC visitou, com um grupo de voluntárias, o stand das Capuchinhas na Feira Internacional de Artesanato (FIA).
As Capuchinhas são uma Cooperativa formada no final dos anos 80, na Serra de Montemuro, e é composta por quatro mulheres: Engrácia Félix Duarte, Ester Duarte, Henriqueta Félix e Isabel Duarte. Esta cooperativa produz peças de vestuário e acessórios de linho, burel e lã, recorrendo a métodos tradicionais. Henriqueta Félix mostrou-nos várias peças - casacos, camisolas, saias, camisas…-, identificando as técnicas e materiais utilizados em cada caso. A artesã explicou-nos a origem das matérias-primas e descreveu-nos o processo de confeção de tintas naturais a partir de folhas de nogueira (cor castanha), líquenes de carvalho (cor amarela), urtigas e fetos (cor verde).
As peças são inspiradas em paisagens e elementos naturais - granito, urze, musgo…- de Campo Benfeito, a aldeia onde o atelier se localiza. Todos os anos, as Capuchinhas lançam uma coleção nova, alternadamente de Outono/Inverno ou de Primavera/Verão.
Henriqueta Félix contou-nos também sobre como foi o processo de formação das Capuchinhas e falou-nos sobre o percurso desta Cooperativa ao longo das suas mais de três décadas de existência. Conversamos também sobre o modo de funcionamento desta Cooperativa, onde as decisões são tomadas em conjunto, e onde, pelas palavras de Henriqueta Félix, “todas resolvem tudo”. A artesã Henriqueta Félix descreve o ambiente como sendo familiar e realça que gostam muito do trabalho que fazem.
Agradecemos muito às Capuchinhas esta oportunidade de ficar a conhecer melhor o seu trabalho e a Cooperativa!
As peças das Capuchinhas estão disponíveis na Loja de Comércio Justo do CIDAC.
Escola: ser vivo dentro de um ecossistema
30 de junho. Fortalecer e enraizar a Educação para o Desenvolvimento e promover uma ideia de Escola enquanto espaço integral de prática para a cidadania deram o norte para 3 anos de trabalho conjunto entre CIDAC, FGS e os Agrupamentos de Escolas de Benfica e Lidley Cintra, em Lisboa, que agora termina. Através de atividades temáticas e de investigação-ação, entre outras, idealizou-se a criação de grupos de estudantes e de professores/as intervenientes nas suas escolas.
Aprendemos, ao longo desta trajetória, que alguns dos pressupostos iniciais, como uma rápida apropriação do projeto por parte dos diferentes atores escolares - que permitisse processos de construção e decisão conjuntos – e a possibilidade da sua intervenção nas escolas, indo além das aulas e das outras rotinas esperadas do contexto escolar, não são facilmente atingíveis. Percebemos que propor atividades temáticas, oficinas de formação, ou atividades com formatos e objetivos pré-definidos pelos projetos, são ações mais inteligíveis e para as quais se agrega maior adesão, do que propor atividades “abstratas” de investigação de problemáticas e de intervenção a partir da realidade vivida.
Ainda que a maior parte dos e das participantes no projeto, professores/as, associações de pais, entre outros, percebam a importância de se estimularem práticas ligadas à cidadania, à solidariedade e à intervenção, na educação de jovens e crianças, na realidade, o sistema educativo continua a privilegiar os currículos disciplinares, as notas, os exames, a burocracia. Estas são algumas das conclusões resultantes de vários momentos de reflexão e análise sobre os 3 anos de projeto que, em breve, será divulgado, tanto em formato impresso como online.
Enquanto equipa do projeto tentámos tirar ilações, tanto dos elementos conjunturais como dos sistémicos, para (re)pensar o nosso trabalho em ED/ECG, em particular, em meio escolar.
Participação no Fórum da Cooperação
18 de junho. Com o propósito de ouvir contributos de diversos atores da sociedade civil para a construção da futura Estratégia da Cooperação Portuguesa para o período 2021-2030, reuniu no passado dia 18 de junho (online) o Fórum da Cooperação Portuguesa numa sessão que já não acontecia desde 2018.
Para além de um conjunto de informações relativas ao processo de elaboração deste documento de política pública, nomeadamente quanto ao seu calendário e ao compromisso de se repetirem futuramente – com diferentes formatos – os espaços de partilha e reflexão conjunta, a sessão teve dois momentos diferentes: em primeiro lugar a apresentação política do documento em construção, a cargo do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Dr. Francisco André, e de seguida, uma diversidade de intervenções das organizações presentes sobre as temáticas e princípios que consideram prioritárias.
Importa aqui lembrar que em 2020 nos empenhámos em colaborar na construção coletiva do documento “Visão da Plataforma Portuguesa das ONGD sobre o futuro da Cooperação Portuguesa”, o qual constitui agora a base de qualquer intervenção que possamos fazer.
Na fase atual, foi solicitada ao CIDAC uma contribuição específica para este processo, no campo da Educação para o Desenvolvimento, refletindo sobre principais desafios atuais e prioridades para o futuro, a qual tivemos oportunidade de elaborar e enviar ao Camões IP a 30 de junho (bem como partilhar com a PPONGD, numa lógica de reforço mútuo).
Até ao final do ano vamos querer acompanhar este processo, cujo resultado final terá uma natureza estruturante para a Cooperação Portuguesa nesta década.
8 de junho. As “Oficinas Paz e Cidadania Global” são uma iniciativa da Câmara Municipal do Seixal baseada numa parceria original que junta Organizações da Sociedade Civil, Escolas e Poder Local. É neste quadro que, desde 2019, o CIDAC mantém uma intervenção num conjunto de escolas do concelho, dinamizando atividades ligadas ao Comércio Justo na componente curricular de Cidadania e Desenvolvimento.
Concluindo este ciclo de 3 anos, escolas, Câmara Municipal e associações organizaram um encontro final, nas Oficinas Manuel Cargaleiro, no dia 8 de junho, com o propósito de revisitar coletivamente o caminho percorrido e pensar o que poderia ser o futuro desta linha de trabalho, dando um espaço privilegiado de participação aos alunos e alunas das várias escolas que participaram da iniciativa, assim como às suas professoras e professores.
Metodologias diferentes, novas perspetivas sobre a realidade, temáticas interessantes, ir à raiz dos problemas, estimular o espírito crítico, aliar o teórico e o prático, abrir a Escola a organizações da sociedade civil foram das dimensões mais valorizadas e discutidas nos vários grupos de trabalho e nas sessões plenárias. Para o futuro, foi consensual a ideia de se aprofundar a dimensão de ação, nomeadamente fora da escola, no seio da comunidade ou do tecido associativo local. Os e as jovens foram também unânimes sobre a necessidade de se fomentar mais o intercâmbio entre escolas, inclusive com escolas fora de Portugal, para debater e agir em conjunto à volta das temáticas ligadas a Cidadania Global.
Além do CIDAC, participaram deste percurso de cidadania o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), a Fundação Gonçalo da Silveira (FGS) e a Rato-Associação para a Divulgação Cultural e Científica.
Comércio Justo no Almada Green Market
A nossa presença durante o dia de domingo foi muito agradável, feita de vendas e de conversas variadas sobre produtos e produtores/as com as muitas pessoas que visitaram o mercado, mas também feita de muitas trocas de saberes com os/as outros/as participantes. Vamos avaliar as nossas forças para perceber se poderemos assumir uma participação regular neste mercado.
8 de maio. Todos os anos, no segundo sábado de maio, celebra-se no mundo inteiro o Dia Mundial do Comércio Justo. Este ano, 11 jovens embaixadores e embaixadoras do Comércio justo da Escola Secundária de Amora vieram com 3 professores/as sensibilizar transeuntes e clientes da loja de Comércio Justo sobre as violações dos direitos humanos do povo Uigure, na China, e alertar para a cumplicidade das multinacionais dos setores têxteis, das telecomunicações ou da industria automóvel que beneficiam do trabalho forçado desta população. Em colaboração com o CIDAC, os e as jovens investigaram esta problemática nos meses anteriores e decidiram elaborar uma petição dirigida à Presidência portuguesa do Conselho da União Europeia exigindo que o acordo de investimento global em fase de celebração entre a UE e a China garanta o primado dos direitos humanos sobre a economia e a finança. Neste dia simbólico, a equipa de jovens embaixadores/as conseguiu convencer várias pessoas a assinar a petição, graças a um trabalho de sensibilização de rua que constituiu para todos e todas uma primeira experiência neste domínio.
Por outro lado, parte da equipa jovem dinamizou uma prova de produtos no bairro, e, entre chá, café e chocolate, aproveitaram para informar as pessoas sobre a pertinência do Comércio Justo.
A vinda dos alunos e das alunas da Escola Secundária de Amora, com quem trabalhamos desde 2019, foi também uma bela ocasião para ficarem a conhecer melhor o CIDAC, a sua história, as instalações e a loja de comércio justo.
Não hesite em visitar o blog de Cidadania e Desenvolvimento da escola onde para além de testemunhos deste dia, poderá descobrir muitas da atividades realizadas neste estabelecimento de ensino do Seixal.
29 - 30 de abril. Participámos este mês em mais uma das Mesas Redondas regulares organizadas pelo GENE – Global Education Network Europe, a terceira em formato online desde que foi necessário reduzir os encontros presenciais como resposta preventiva ao COVID-19.
O desafio de manter relevantes estas Mesas Redondas online no quadro do trabalho da Rede não era pequeno, já que tiveram sempre um papel importante na criação de espaços informais para troca de informações e aprendizagens entre as organizações membro, complementar à dimensão mais formal do trabalho desenvolvido entre Mesas Redondas.
A equipa GENE tem apostado num modelo de encontro mais leve (apenas duas manhãs e não dias completos), com uma grande diversidade de momentos de trabalho (alternando espaços de apresentação de comunicações, perguntas e respostas e trabalhos de grupo) e um horário escrupulosamente cumprido. A conjugação destes diversos fatores cria um espaço de trabalho muito rico, no qual a utilização de ferramentas digitais surge como suporte da criação de um sentimento de proximidade entre os membros participantes. Mais sobre os destaques desta 44.ª Mesa Redonda podem ser vistos aqui.
O GENE celebra este ano 20 anos de existência, dos quais o CIDAC partilha 19 (começámos a participar em 2002). Para assinalar este aniversário, estão em preparação um conjunto de iniciativas, das quais daremos conta à medida que forem sendo publicamente anunciadas.
Jovens Embaixadores/as do Comércio Justo lançam petição pública
Abril. Entre janeiro e abril de 2021, e apesar da passagem do ensino presencial para a modalidade a distância, as/os Jovens Embaixadoras/es do Comércio Justo da Escola Secundária de Amora, no Seixal, levaram a cabo, em colaboração com o CIDAC, um trabalho sobre a violação dos Direitos Humanos do povo uigure na China.
Aproveitando a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, o grupo decidiu realizar uma petição apelando à coerência das políticas da UE e ao respeito do primado dos Direitos Humanos sobre a economia.
Visite o blog Cidadania da Escola Secundária de Amora para conhecer o texto da petição e, se concordar, junte a sua assinatura!
Tendências e perspetivas da Cooperação para o Desenvolvimento
Neste quadro, participamos numa oficina de capacitação, em janeiro, e numa oficina de concertação realizada em fevereiro, visando rumar para um posicionamento das ONGD portuguesas em relação a estas evoluções do nosso campo de intervenção. Próxima etapa, no dia 26 de março, a Plataforma Portuguesa organiza um webinário com a presença de representantes da UE, da União Africana, do Instituto Camões da Cooperação e da Língua assim como de representantes de organizações da sociedade civil, e durante o qual serão discutidas as preocupações identificadas por parte das ONGD. Para mais informações sobre este webinário, ou se quiser participar, clique aqui.