Encontro “À descoberta da Soberania Alimentar”
Novembro, 29. Acabado o primeiro ciclo de visitas de campo “À descoberta da Soberania Alimentar em Portugal” organizado pelo CIDAC, realizámos um encontro que reuniu os participantes das visitas e membros das várias experiências visitadas - PROVE, Projecto270, Aldeia das Amoreiras e Rede de Cidadania de Montemor-o-Novo.
Na parte da manhã fizemos um balanço dos principais aspetos observados em cada um dos locais, abordando problemáticas ligadas à Soberania Alimentar, Circuitos Curtos, Outras Economias, Movimentos Sociais e Participação Cidadã. À tarde, através de dois participantes especialmente convidados para o encontro, Manuel Vicente e Noémie Ménard, tivemos a oportunidade de conhecer a experiência do grupo de consumo Prossumidores da Madeira e o trabalho desenvolvido pela Rede Minga na área dos Sistemas de Análise de Fileiras.
No fim deste intenso dia, realizou-se ainda uma pequena tertúlia sobre como se poderia fomentar a relação entre o campo e cidade e, no seguimento, uma apresentação da ReCo - Rede Cooperar, uma rede de confiança entre pequenos produtores e consumidores, durante a qual foi possível ver alguns dos produtos que a ReCo ajuda a comercializar.
O conjunto destas visitas de campo têm como objetivo proporcionar, a pessoas interessadas em conhecer, debater e trabalhar a problemática da Soberania Alimentar, um contacto direto que permita estabelecer um diálogo vivo com os atores de algumas das experiências nesta área existentes em Portugal.
7º Encontro do fórum Cidadania & Território
Outubro, 18. A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, acolheu o último Encontro nacional do C&T que fez o balanço dos seus quase dois anos de existência, perspetivou as atividades para 2015, renovou a Equipa de Coordenação, responsável pela dinamização do fórum durante mais um ano, e debateu a questão dos circuitos curtos de comercialização.
Neste âmbito, foi também partilhada informação sobre o TTIP (Transnational Trade and Investment Partnership) - o Tratado em negociação entre a UE e os EUA - em particular no que diz respeito ao seu previsível impacto na agricultura, alimentação, ambiente e emprego. O CIDAC, que se encarregou de preparar esta apresentação, distribuiu um documento de trabalho sobre o tema, que pode ser lido aqui.
4º Encontro de trabalho da Rede ECG
Outubro, 11 e 12. Foi o primeiro Encontro deste ano letivo da Rede de Educação para a Cidadania Global e contou com a participação de 18 dos 35 membros que constituem a Rede neste momento e vieram de vários pontos do país, incluindo a Madeira. O objetivo, cumprido, foi o de fazer o balanço do plano de ação do ano passado e elaborar o novo plano de ação, aprofundando, em especial, duas questões: as dinâmicas locais e a política de comunicação da Rede.
Como afirma o Referencial da Rede ECG, "a base de atividade da Rede ECG são as dinâmicas locais, que respondem às necessidades, potencialidades e desafios dos contextos particulares, em relação com os contextos globais".
Como em todos os Encontros, houve a oportunidade de voltar a refletir em conjunto sobre o que é a Educação para a Cidadania Global e de partilhar experiências realizadas em diversos pontos do país, dinamizadas por elementos da Rede. No final, com um bolo e uma vela festejou-se o primeiro aniversário da Rede ECG!
No Congresso participaram 325 pessoas vindas de diversas organizações e grupos informais de todo o território espanhol e de Portugal. Veja aqui um vídeo com o resumo do Congresso.
O trabalho nos três dias foi repartido em 4 Grupos de Trabalho que pretendiam contribuir para a produção de conhecimento e reflexão conjunta. O CIDAC participou em dois desses grupos: (1) Comunicação para a Transformação, dinamizado por Ángeles Diez e (2) Questionamento das relações de poder, dinamizado por Jethro Pettit.
No último dia participámos numa manifestação, convocada por pais e professores, em defesa da escola pública, que tal como em Portugal atravessa uma fase difícil. Em breve partilharemos o relatório do Congresso com os resultados finais destes 3 dias de intenso debate e reflexão.
Um ano de trabalho sobre Outras Economias
Setembro. No final do primeiro ano do projeto "Banco de Tempo e Comércio Justo: reforçando outras economias", desenvolvido em parceria pelo Graal e o CIDAC, o boletim dos Bancos de Tempo em Portugal publicou 3 artigos que refletem as atividades, os debates e as perceções de quem neles participou.
Um primeiro artigo revisita os vários encontros promovidos ao longo deste primeiro ano do projeto, dando uma ideia do seu fio condutor. Um segundo artigo centra-se no debate que se foi desenrolando, sobre o que é o Comércio Justo. E no terceiro algumas das participantes e co-organizadoras das atividades dão o seu testemunho sobre o que elas significaram para si.
Neste debate animado e muito participado, a questão da mercantilização da alimentação e do papel das multinacionais do setor agroalimentar neste processo gerou muito interesse e muitas preocupações e permitiu pensar nas alternativas de produção e consumo ao nosso alcance para salvaguardar uma agricultura que respeita o ambiente, as pessoas e as culturas locais.
6º Encontro do fórum Cidadania & Território
Julho, 19. A reunião do C&T - que é um fórum cívico, plural, de reflexão, debate, troca de experiências, ação cooperativa e intervenção pública sobre a construção do futuro das comunidades locais a partir de processos de desenvolvimento territorial, no qual o CIDAC participa - teve lugar em Lisboa e tinha dois objetivos: clarificar se o Cidadania & Território deveria legalizar-se nesta fase ou não e repensar, em particular, o funcionamento dos Grupos de Trabalho.
Ambos os objetivos foram cumpridos: na parte da manhã, após um debate amplo e aberto, a decisão foi no sentido de, nos próximos meses, não pensar na questão da legalização do fórum C&T, mantendo-se o registo de funcionamento informal; na parte da tarde, houve ocasião para revisitar o programa dos Grupos de Trabalho e pensar em como poderia ser revitalizado. Logo no início, foi feito o ponto de situação do projeto "Cidadania e Território: Desenvolvimento Local Sustentado", apoiado pelo Programa Cidadania Ativa, gerido pela Fundação Calouste Gulbenkian, que foi concebido em articulação com os objetivos do fórum. Finalmente, o próximo Encontro nacional ficou marcado para o dia 18 de outubro, em Vila Real. Mais informação pode ser consultada no site do C&T.
Tratado Transatlântico: o que é? Quais as suas consequências?
Julho, 11. O Le Monde Diplomatique - edição portuguesa, com o apoio do CIDAC, da ATTAC Portugal e da Associação 25 de Abril, realizou nas instalações desta última um debate sobre o que é mais conhecido como TTIP (correspondente à sigla inglesa de Transnational Trade and Investment Partnership): a Parceria Transatlântica sobre o Comércio e o Investimento, que está a ser negociada entre a UE e os EUA.
As suas consequências serão imensas, através da desregulamentação, em todos os campos, dos mercados, nivelando por baixo as garantias que foram sendo conquistadas num ou noutro lado do Atlântico. Por isso esta negociação tem decorrido praticamente em segredo, só agora se começando a levantar um pouco o véu, porque a Comissão Europeia e o governo norte-americano têm como objetivo aprovar o Tratado até ao final de 2015. Uma campanha cidadã de informação e tomada de posição, à escala europeia, está a ser organizada para arrancar em setembro.
Neste debate intervieram o historiador Luís Bernardo e o economista Nuno Teles.
Estão neste caso a luta do povo saharauí pelo direito à autodeterminação e independência, a recusa da entrada da Guiné Equatorial na CPLP como membro de pleno direito, a preservação do edificado histórico na Colina de Santana (Lisboa) no contexto da sua reordenação urbana e a continuação do projeto jornalístico da edição portuguesa do Le Monde Diplomatique.
A festa, muito animada, teve todo o apoio da Junta de Freguesia de Arroios e da Associação dos Comerciantes dos Mercados de Lisboa. Também a Catarina Beja, disfarçada de palhaça, fez pinturas faciais e brincou aos balões com as crianças. O nosso agradecimento a todos, incluindo obviamente ainda o Coro da Junta de Freguesia de Benfica e Mamadu Baio e os seus músicos.
Neste último caso, houve referências às seguintes atividades (por ordem cronológica da sua ocorrência): participação da Rede no Encuentro Global de Profesorado promovido pela ONGD espanhola Entreculturas, em Madrid; Oficina de formação sobre Comércio Justo em Pedome; atividades e oficina sobre ECG na Escola Secundária da Baixa da Banheira; 2º Encontro Local sobre “Cidadania Global na escola” no Seixal; apresentação do caderno "O Estado Social em Estado de Sítio?" na ESE de Viana do Castelo; apresentação do trabalho do Grupo de Integração Curricular na ESE de Lisboa; e apresentação da Rede no Seminário “Trabalhar (s)em Rede em Educação”, organizado pela ESE de Setúbal.
Quanto ao IX Encontro nacional de educadores/as “A escola no mundo e o mundo na escola”, foi confirmada a respetiva data – sábado, 5 de julho, o local – Lisboa e lançadas as bases do programa que este ano terá como tema “Desafios da sociedade,contribuições da Educação para a Cidadania Global”.
Dia Mundial do Comércio Justo em Lisboa
Maio, 10. Todos os anos, no 2º sábado de maio, celebra-se o Dia Mundial do CJ. O CIDAC comemorou a data em dois locais diferentes. Em Lisboa, assinalou-se a introdução de um novo produto na Loja de Comércio Justo, o azeite virgem extra biológico “Simbio”, produzido por José Cid em Montemor o Novo, e houve também provas de compotas e licores “Nobre Terra”, de Palmela.
Os dois produtores estiveram na Loja de Comércio Justo, em contacto direto com os e as consumidores/as, para dar a conhecer os seus produtos e explicar os respetivos modos de fabrico.
No caso do azeite “Simbio”, este é extraído a frio, segundo métodos ancestrais. A produção biológica sempre fez parte da forma de fazer agricultura de José Cid, mesmo quando o termo "biológico" ainda não fazia parte do nosso vocabulário. Saiba mais sobre este produtor em http://www.publico.pt/portugal/jornal/jose-cid-longe-do-fim-do-mundo-26967549
Apresentação de "O Estado Social em estado de sítio?"
Abril, 23. A convite da ESE do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, nomeadamente do seu Gabinete de Estudos para a Educação e Desenvolvimento, foi feita uma apresentação do caderno "O Estado Social em Estado de Sítio?".
Essa apresentação foi feita por dois dos autores, Margarida Fernandes e Luís Santos, no âmbito do "Curso Livre - Cooperação, cidadania e desenvolvimento (6.ª edição)", e contou com os comentários de La Salete Coelho do GEED-ESE/IPVC. A sessão foi aberta a toda a comunidade. Estiveram presentes cerca de 25 pessoas, incluindo, para além dos alunos do curso, colaboradores do GEED-ESE/IPVC e membros da comunidade.O trabalho desenvolvido que conduziu à publicação do caderno foi contextualizado no âmbito do projecto "Entre Educadores" e foi apresentada a Rede de Educação para a Cidadania Global. Seguiu-se um debate sobre várias das temáticas do caderno.
Formação em Aprendizagem Intercultural
Março, 19. O CIDAC iniciou uma ação de formação intitulada Interculturalidade e Educação Intercultural, por solicitação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
O objetivo geral proposto é o de "contribuir para o desenvolvimento de competências que promovam a aprendizagem intercultural no quadro da atividade quotidiana de profissionais da área social, que se traduzam em práticas sociais e profissionais mais plurais e inclusivas da prevenção de conflitos em contextos de diversidade cultural."
A ação tem uma duração de 30 horas, repartidas por 5 dias, e nela participam 12 profissionais.
Março, 12 a 16. O Turismo de Base Comunitária esteve presente na Bolsa de Turismo de Lisboa, com um stand centrado em duas ideias: "Timor Leste Real" e "Turismo com as comunidades, para as comunidades".
Foi uma oportunidade de mostrar, num contexto profissional e internacional, os resultados do trabalho que o CIDAC e a Fundação Haburas têm vindo a desenvolver desde 2005 (no âmbito de 2 projetos com o apoio da União Europeia e do Camões, IP), mas foi acima de tudo um momento de aprendizagem para os colegas timorenses que assumem funções na área da comercialização destas iniciativas. Para além da Joaninha da Cruz e do Cancio Costa, que vieram propositadamente de Timor, tivemos ainda a colaboração voluntária da Joana Gaio, mestranda timorense na área do turismo.
Durante os 5 dias da feira recebemos no stand muitos visitantes, que apesar de reconhecerem na distância um entrave muito sério a uma possível viagem, mostraram entusiasmo e interesse pela informação que encontraram relativa às comunidades de Tutuala, Maubisse e Maubara. Recebemos também um número muito significativo de estudantes timorenses em Portugal, com quem conversámos sobre este trabalho concreto, na perspetiva de pensar modelos alternativos de desenvolvimento, mais centrados nas pessoas. Importa destacar a visita da Dra. Pascoela Barreto, primeira Embaixadora da RDTL em Portugal, e do Senhor Ministro do Turismo da RDTL, Francisco Kabualdi Lay, que acompanhado do representante da Embaixada timorense em Lisboa, apresentou o stand aos seus colegas da CPLP.
Foram dias muito intensos e de muitas aprendizagens que vamos agora refletir e integrar no trabalho quotidiano.
A escola EB1 de Pedome (Vila Nova de Famalicão) há algum tempo que tinha manifestado o interesse em co-organizar uma oficina sobre Comércio Justo, enquanto temática de Educação para a Cidadania Global (ECG). Juntando as pontas, o CIDAC e a cooperativa Mó de Vida prepararam e dinamizaram a oficina, na qual participaram 11 educadoras e educadores. A sessão, de 3 horas e 30 minutos contou com dois “amigos críticos” que vão colaborar na avaliação da iniciativa e na elaboração de um documento de proposta sobre oficinas temáticas enquanto instrumento de ECG.
Sensibilização sobre CJ com jovens universitários
Fevereiro, 11. O CIDAC foi convidado pelo GASNova (Grupo de Acção Social da Universidade Nova) para animar uma sessão de sensibilização sobre o tema do Comércio Justo. Realizada no CUPAV (Centro Universitário Padre António Vieira), o encontro juntou cerca de 20 voluntárias e voluntários do GASNova e dois membros do CIDAC. Através de uma metodologia experiencial, gerou-se um debate rico e profundo sobre as injustiças no comércio internacional, as alternativas existentes e os meios ao nosso alcance para impulsionar algumas transformações para um mundo mais justo. André Silvério, que coordena a parte de formação dos voluntários e voluntárias no GASNova comunicou-nos que “O feedback por parte dos voluntários após a formação foi muito positivo, e todos nós considerámos que a formação nos sensibilizou e nos permitiu refletir muito sobre a atual situação do Comércio”.
Bancos de Tempo e Comércio Justo
Janeiro, 28; Fevereiro, 4. O CIDAC juntamente com o GRAAL animaram duas sessões de sensibilização das equipas dinamizadoras dos Bancos de Tempo, sobre os temas do Comércio Justo e da Soberania Alimentar, respetivamente em Lisboa e em Coimbra.
Inseridas no projeto “Banco de Tempo e Comércio Justo: reforçando outras economias”, coordenado pelo GRAAL, estas sessões permitiram estabelecer um diálogo e uma partilha entre alternativas económicas, contrariando uma tendência para a compartimentação deste tipo de iniciativas. Além do debate muito rico que se gerou em cada um destes encontros, foi ainda possível planear eventos de sensibilização que serão realizados pelos próprios Bancos de Tempo e dirigidos aos seus membros e próximos, centrados nas questões do consumo responsável e da soberania alimentar.
Esta iniciativa surge no contexto de um projeto escolar que propõe aos alunos e alunas do 9º ano que façam uma investigação que lhes permita conhecer como funciona o CJ, contando com o apoio da Biblioteca (que fez um levantamento bibliográfico e conseguiu vários materiais) e de uma turma de 12º ano que também está a trabalhar temáticas relacionadas com o Desenvolvimento pertencentes ao currículo da disciplina. No final do ano letivo as e os estudantes apresentarão publicamente os seus trabalhos e realizar-se-á uma Feira de CJ aberta às famílias e à comunidade.
5º Encontro do fórum Cidadania & Território
Janeiro, 11. Desta vez foi em Santa Comba Dão que o fórum C&T se reuniu e celebrou o seu 1º aniversário.
O programa tinha dois objetivos principais: elaborar um Plano de Trabalho para 2014, na base das propostas dos Grupos de Trabalhos presentes (“Circuitos curtos”, “Economia local”, “Metodologias participativas”, “Moedas Sociais” e “Programação 2014-2020”) e debater a temática das moedas sociais e dos mercados de troca, através da organização de uma oficina aberta a todas as pessoas interessadas.
Ambos os objetivos foram cumpridos, aguardando-se agora uma versão final, afinada, do Plano de Trabalho. Este poderá ser consultado dentro em breve no site do fórum, que foi publicamente lançado neste dia.
“À descoberta da Soberania Alimentar em Portugal” 3
Após uma conversa bastante viva entre os e as visitantes e os membros da Rede de Cidadania acerca das suas diferentes linhas de trabalho (banco de terras, trocas em rede, moeda local) e do seu modelo de funcionamento descentralizado e horizontal, fomos ver um dos locais do banco de terras, conversando mais um pouco.
No caminho passamos pela iniciativa Mesa Posta: “Nas zonas rurais de Montemor-o-Novo, quando chegava a época do Carnaval, as pessoas punham a mesa. Pôr a mesa significava encher uma mesa em casa com comida e bebida e (…) ter a porta aberta para receber os visitantes.” Hoje “faz sentido procurar novos significados e contextos para o dar, oferecer a mesa e celebrar.” (de uma brochura distribuída no local).
O conjunto destas visitas de campo tem como objetivo proporcionar, a pessoas interessadas em conhecer, debater e trabalhar a problemática da Soberania Alimentar, um contacto direto que permita estabelecer um diálogo com os atores de algumas das experiências nesta área existentes em Portugal.
O tema escolhido foi "A importância do exercício da cidadania global". Um conjunto diversificado de intervenientes tomou a palavra para refletir sobre dois temas, presentes na formulação do Objetivo Geral da ENED: "Cidadania global num contexto de interdependência e de transformação social" e "Cidadania global e processos de aprendizagem e de sensibilização".
No final, foi apresentada uma reflexão sobre o futuro no âmbito da temática "Cidadania global e desenvolvimento", à qual se seguiu um painel com duas deputadas e um deputado que integram o Grupo Parlamentar Português sobre População e Desenvolvimento.
A sessão acabou com o lançamento do relatório de peer review (exame pelos pares) realizado pelo Global Education Network Europe - GENE sobre a situação da ED em Portugal, cujo Sumário Executivo, Observações e Recomendações (em português) podem ser encontrados aqui.
Durante a manhã os e as participantes estiveram na Herdade Concordia (concelho da Moita), onde se encontra um dos vários núcleos de produtores do projeto PROVE, e no Projecto 270 agora sediado na zona do Pinhal Novo.
Ambos os projetos, embora partindo de filosofias e modelos de funcionamento diferentes, procuram fomentar as relações de proximidade entre quem produz e quem consome, estabelecendo circuitos curtos de comercialização e uma relação de proximidade entre pequenos produtores agrícolas e consumidores.
O conjunto das visitas de campo têm como objetivo proporcionar, a pessoas interessadas em conhecer, debater e trabalhar a problemática da Soberania Alimentar, um contacto direto que permita estabelecer um diálogo vivo com os atores de algumas das experiências nesta área existentes em Portugal.
O objetivo principal era promover a interculturalidade, o conhecimento mútuo e a partilha de experiências de vida entre os jovens. Nos dois grupos encontravam-se jovens com raízes culturais em países de língua oficial portuguesa de África e da América Latina, para além de Portugal. Mas também havia jovens de países árabes, asiáticos e de outros países europeus. A partir das diferentes perspetivas foram trabalhados interesses e posturas que promoveram a aprendizagem intercultural e a cultura do “bem-vindo”.
De entre as várias atividades que se realizaram destacamos a visita ao bairro da Apelação, a oficina em Aprendizagem Intercultural, a oficina de Azulejaria, a visita de estudo realizada ao Palácio da Pena, alguns passeios em Lisboa e as múltiplas atividades de desporto e de convívio. O CIDAC esteve envolvido em todo o processo de construção, programação e acompanhamento do projeto, coordenado pela associação PEPP, de Berlim, bem como na dinamização da oficina em Aprendizagem Intercultural.
O trabalho envolveu educadoras de vários níveis de ensino e diferentes disciplinas, e permitiu refletir sobre a rica experiência de atividades educativas já normalmente realizadas e a perspetiva da ECG, dando origem a um esboço de plano de atividades a concretizar, de forma colaborativa, nos próximos meses. O CIDAC e a Fundação Gonçalo da Silveira, enquanto membros da Rede ECG, participaram na oficina. Ficou logo marcada uma reunião para dar seguimento a este processo.
Agosto, 2. Julho marcou o encerramento formal do projeto Ahimatan ba Futuru. Esta última deslocação do CIDAC a Timor Leste, no quadro do projeto que decorreu desde 2010 em parceria com a Fundação Haburas, foi "muitissimo cheissima" de atividades: participamos na primeira Feira de Turismo Comunitário (4 dias com quase 60 stands em representação de todos os distritos, momentos de debate e um programa cultural riquissimo); concentrámo-nos numa última oportunidade para rever as atividades já realizadas e acertar o que deveria ser feito antes do encerramento formal, nomeadamente em termos de materiais de divulgação; e acompanhámos a avaliação externa que o projeto solicitou à cooperativa Mó de Vida e que foi assumida pela Carolina Leão.
Aproveitámos também para promover um momento de avaliação interna da relação entre as duas organizações parceiras que desde 2003 têm cruzado as suas vidas na execução de projetos comuns, procurando discutir e identificar as linhas fundamentais que no CIDAC e na Fundação Haburas poderão vir a nortear um futuro partilhado. Ficaram algumas pistas bem interessantes, mas fica também clara a dificuldade da distância.
E agora... há um relatório para fazer!
No final do ano letivo, podemos já fazer um balanço do que aconteceu no âmbito das sessões de Sensibilização sobre Comércio Justo dirigidas a jovens do sistema formal de ensino: entre janeiro e final de maio foram envolvidos cerca de 750 alunas e alunos em ações educativas que se realizaram maioritariamente nas próprias escolas, em vários pontos do país, e também nas instalações do CIDAC.
A pedido de docentes dos vários graus de ensino (básico e secundário), realizaram-se 16 sessões, animadas por membros da equipa do CIDAC, sempre utilizando metodologias participativas, sobre o Comércio Justo e as suas bases, em particular o Consumo Responsável e a Soberania Alimentar. Em grande parte dos casos, as ações foram antecedidas ou acompanhadas pela exposição “O comércio pode ser justo!”, cujos 2 exemplares têm rodado em permanência pelos estabelecimentos de ensino. Exemplares dos materiais pedagógicos com os quais se trabalhou foram oferecidos às bibliotecas escolares.
Em 12 das escolas teve ainda lugar uma banca de produtos de Comércio Justo, organizada em conjunto por professores/as e alunos/as, como forma de tornar concretas as propostas em debate.
As escolas com as quais colaborámos este ano letivo foram as seguintes: Escola Secundária de Sá da Bandeira (Santarém); Instituto Nun'Álvares (Santo Tirso); Escola Secundária de Camões (Lisboa); Agrupamento de Escolas de Pedome (Vila Nova de Famalicão); Escola Profissional Gustave Eiffel (Entroncamento); EB 2/3 Miguel Torga (Amadora); Escola Marquesa de Alorna (Lisboa); EB 2/3 António Gedeão (Odivelas); EB2/3 de Corroios; Escola Secundária Dr. José Afonso (Seixal); Externato de São José, Restelo (Lisboa); Escola Secundária da Amadora; Agrupamento de Escolas de Soares de Basto (Oliveira de Azeméis); Escola 2/3 Roque Gameiro (Amadora); Escola Secundária António Damásio (Odivelas).
Ao longo do dia foram várias as atividades realizadas em torno da partilha e da participação conjunta. Durante a manhã foi apresentada a Rede de Educação para a Cidadania Global (Rede ECG) - uma estrutura criada pelos próprios educadores/as, em resultado do seu entusiasmo pela temática. Depois, já em grupos, iniciou-se o debate sobre os contributos da ECG para os atuais desafios da sociedade. Durante a tarde, os participantes foram divididos em sessões temáticas, consoante os seus interesses, continuando o debate a partir de quatro temas específicos: 1) formação e capacitação, 2) propostas de integração curricular, 3) dinâmicas de escola/agrupamento e ainda 4) publicações e recursos temáticos.
“A grande maioria das pessoas já não está habituada a sentir-se parte na construção de alguma coisa. Nem está habituada ao saudável confronto de ideias, daí que este evento seja para muitos um novo fôlego na tarefa de educar”, explica Margarida Fernandes, uma das professoras que integra a Rede ECG. Esta foi, na verdade, uma edição muito especial para a Rede já que, pela primeira vez, a organização e a dinamização do Encontro estiveram a seu cargo.
Constituída em outubro de 2013, a Rede ECG tem sido um ponto de convergência entre os educadores/as que pretendem “fazer parte e não só executar as decisões de alguém”, explica Margarida. Para além deste Encontro, apoiado pelo CIDAC e pela Fundação Gonçalo da Silveira (FGS), a Rede ECG já dinamizou, autonomamente, diversas iniciativas locais e ações de formação entre pares. No final do evento, a Rede cresceu com a adesão de novos educadores/as.
Ao longo de todo o dia, esteve disponível uma mostra com materiais de ECG de diferentes organizações com o objetivo de dar a conhecer novos recursos didáticos e pedagógicos. Esteve ainda patente uma exposição demonstrativa das atividades da Rede ECG nestes primeiros meses de funcionamento.
As iniciativas da Rede ECG têm sido realizadas com o apoio financeiro do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua I.P. no âmbito do projeto “Co-construindo uma rede de ECG no meio escolar”, da responsabilidade do CIDAC e da FGS.
A Rede de Educação para a Cidadania Global na RTP2
Abril, 9. O CIDAC e a Fundação Gonçalo da Silveira apresentaram, em conjunto, a Rede de Educação para a Cidadania Global no programa "Sociedade Civil", da RTP2. Veja aqui essa parte do programa do dia 9 de abril, a partir do minuto 66.
Esta foi uma oportunidade que a Plataforma Portuguesa das ONGD negociou com a direção do "Sociedade Civil", com o objetivo de dar a conhecer o que fazem, na prática, as ONGD. Neste quadro, o trabalho conjunto da Fundação Gonçalo da Silveira e do CIDAC no sistema formal de ensino foi um dos identificados como exemplificativos e daí nasceu a possibilidade de ambas as organizações apresentarem, em direto, a Rede ECG.
Março, 28. O CIDAC, conjuntamente com a ACEP, a Amnistia internacional, a Oikos, a Plataforma Portuguesa das ONGD, a TIAC e a Delegação Portuguesa do Grupo dos Socialistas & Democratas no Parlamento Europeu, promoveu uma audição sobre o processo de adesão plena da Guiné Equatorial à CPLP.
O encontro, realizado no Gabinete do Parlamento Europeu em Lisboa, contou com intervenções da eurodeputada Ana Gomes, do escritor e ativista dos direitos humanos Juan Tomás Avila, da Guiné Equatorial e de Pedro Krupenski, em representação do colectivo de organizações promotoras. Muito participada, esta audição permitiu concretizar as violações recorrentes dos direitos humanos neste país, através do testemunho de Juan Tomás Avila, e entender melhor os riscos de descredibilização da CPLP ao integrar no seu seio um regime ditatorial, corrupto e violento, em troca de interesses económicos.
A mobilização continua para travar este processo.
Nova oficina “Estratégias de Educação para o Desenvolvimento Sustentável”
Março, 1. Teve início uma segunda oficina, agora em Faro, promovida pela Associação In Loco, com a colaboração do CIDAC e da Fundação Gonçalo da Silveira (FGS) e integrada no projeto europeu de Educação para o Desenvolvimento “DEAR STUDENT”.
Para além de docentes dos 2º e 3º ciclos de várias escolas do Algarve, participa também uma técnica da Câmara Municipal de Faro. A oficina, acreditada, é constituída por cinco sessões presenciais, entre março e maio, nas quais se trabalharão, em particular, os temas “Desenvolvimento, desigualdades e sustentabilidade”, “Interdependências e globalização” e “Soberania alimentar”. Cada participante terá também de programar e realizar uma atividade de Educação para o Desenvolvimento na sua escola.
Fevereiro, 16 - março, 9. Mais uma deslocação a Timor Leste no âmbito do projeto Ahimatan ba Futuru. Visitas de terreno e muitos debates em torno desta última fase do projeto: "o que fizemos e o que ainda queremos fazer", foram os destaques de 3 semanas de trabalho intenso.
Uma vez formalmente aprovada a extensão do projeto em 6 meses, os dois parceiros (CIDAC e Fundação Haburas) reuniram com o objetivo de rever atividades, calendário e responsabilidades para os últimos 6 meses de trabalho.
Adicionalmente, demos continuidade ao processo de identificação de atores e temas a tratar na Feira de Turismo Comunitário que irá 'encerrar' a componente mais pública do projeto, com uma visita a Loihunu. Foi importante ter reunido com a equipa que trabalha nesta pequena empresa timorense, saber do seu historial e dos problemas que enfrentam hoje.
Houve ainda oportunidade de acompanhar visitas de terreno com as duas principais entidades financiadoras do projeto, nomeadamente a União Europeia (através da sua Embaixadora em Timor Leste) e o Camões, Instituto da Língua e da Cooperação (através de uma representante da Embaixada portuguesa em Dili).
Logo de seguida, voltámos a Lisboa acompanhados da Joaninha da Cruz e do Cancio da Costa (ambos ligados ao projeto e à sua componente de comercialização) para participar na Bolsa de Turismo de Lisboa.
Guiné Equatorial: carta ao PM de Timor-Leste
Fevereiro, 6. Cinco organizações e três investigadores que têm acompanhado a questão da entrada da Guiné Equatorial na CPLP como membro de pleno direito escreveram ao Primeiro Ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão.
Reiterando os argumentos que justificam a sua posição, os signatários “erguem-se contra uma potencial violação dos valores e princípios que alicerçam a CPLP, a qual se arrisca a prestar a sua caução moral e legal a um regime que viola notoriamente os direitos mais básicos do seu povo e o Direito Internacional.” E lembrando que “a história da República Democrática de Timor-Leste é profundamente marcada pela resistência à opressão e contou com uma persistente solidariedade dos ativistas de defesa dos Direitos Humanos (…) apelam a que, “na perspetiva do que nos parece um caminho de coerência”, Xanana Gusmão “não se associe a uma tomada de posição que permita a adesão de pleno direito do “regime Obiang” à CPLP.”
Reunião da Rede de Educação para a Cidadania Global
Oficina “Estratégias de Educação para o Desenvolvimento Sustentável”
Educação para a Cidadania Global na escola
Janeiro, 18. Realizou-se a 2ª sessão presencial da oficina de formação "Educação para a Cidadania Global na escola", na qual se inscreveram 20 docentes do 2º e 3º ciclos e do ensino secundário, de diversos pontos do país.
Esta sessão foi dedicada ao tema “Pobreza e desigualdades”. As sessões seguintes, marcadas para 15 de fevereiro e 15 de março, terão como temas, respetivamente, a “Soberania Alimentar” e
“Interdependências e globalização”.
A conceção da oficina foi da responsabilidade do CIDAC, com o apoio do Centro de Formação Professor Orlando Ribeiro e esta 5ª edição realiza-se no âmbito do projeto "Reinventar fronteiras: percursos de proximidade entre atores educativos de Educação para a Cidadania Global" que o CIDAC e a Fundação Gonçalo da Silveira têm desenvolvido em comum. Sendo uma oficina acreditada, contempla 25 horas de formação em sala e 25 horas de trabalho autónomo, que decorrerão até ao final de maio de 2014.
Apresentação de "O Estado Social em Estado de Sítio?"
Janeiro, 9. A convite da Escola Superior de Educação (ESE) do Porto, foi feita uma apresentação do caderno "O Estado Social em Estado de Sítio?", editado pelo CIDAC no quadro da coleção “Aprendizagens”.
A iniciativa teve lugar no âmbito da unidade curricular Políticas Sociais e Educativas do 3º ano da Licenciatura em Educação Social e foi aberta a toda a comunidade. A apresentação foi feita por dois dos autores, Margarida Fernandes e Luís Santos e contou com os comentários de dois docentes da ESE.IPP - Paulo Delgado e Hugo Monteiro.
Estiveram presentes cerca de 30 pessoas, incluindo, para além dos alunos da disciplina, diversos professores da ESE e também pessoas externas à Escola.
O trabalho desenvolvido que conduziu à publicação do caderno foi contextualizado no âmbito do projecto "Entre Educadores" e foi dada a conhecer a Rede de Educação para a Cidadania Global (ECG).