7º Encontro de trabalho da Rede ECG
Outubro, 24 e 25. A Rede de Educação para a Cidadania Global (ECG) reuniu em Lisboa para fazer um balanço das suas atividades em 2014-2015, para refletir sobre o que é e como quer trabalhar em rede, e para definir o plano de ação para 2015-2016. Participaram 27 vindos membros de vários pontos do país, incluindo a Madeira.
No quadro do balanço, partilharam-se algumas das experiências realizadas durante o ano transato, nomeadamente o percurso feito por vários grupos de docentes da Escola Básica de Gualtar (Braga) no âmbito da ECG, uma ação de formação realizada no Funchal, a participação, apresentando a Rede ECG e a sua intervenção concreta, no XIII Congreso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia (Universidade da Corunha, Galiza) e a organização do X Encontro nacional de Educação para a Cidadania Global, em julho de 2015, que congregou 127 participantes.
Para o novo ano, que já começou, estão previstas várias atividades, entre as quais uma oficina para a construção de uma estratégia de comunicação para a Rede ECG e a organização do XI Encontro nacional de Educação para a Cidadania Global, já marcado para 9 de julho de 2016, para além do reforço das dinâmicas locais existentes e o início de outras. O CIDAC é um dos membros da Rede ECG.
A visita levou as/os participantes à vila de Lavos, Figueira da Foz, para conhecer a Rede Colaborativa do Mondego, um grupo informal de produtores que se articulam de modo a conseguirem escoar os seus produtos ao longo de uma zona geográfica considerável.
As/os participantes foram acolhidos pelo hospitaleiro José João Rodrigues, salineiro, no Núcleo Museológico de Sal, onde tiveram a oportunidade de degustar um produto que nasceu do trabalho da rede: pipocas temperadas com a deliciosa mistura de flor de sal com plantas de Penacova.
Seguiu-se a visita guiada à exposição sobre a história do sal, orientada por Jacqueline Bessone, animadora do Núcleo, que expôs a história da salicultura no contexto português, traçando as tendências na produção e consumo do sal desde os tempos pré-romanos até hoje.
Quer durante o almoço, quer depois, as conversas continuaram com os produtores que partilharam os desafios colocados à produção local na região sul da Figueira da Foz, nomeadamente a importância da criação de uma identidade regional e da tradição na comercialização e valorização dos seus produtos. Um exemplo é a salicórnia, planta que abunda nas salinas, mas que é pouco aproveitada na gastronomia portuguesa, o que deixou o grupo a refletir sobre a utilização dos produtos locais e naturais nos nossos hábitos de consumo.
No dia 17 de outubro terá lugar a visita à Azenha do Mar (Odemira). O foco será a venda direta, em particular o projeto “Cabaz do Mar”, pioneiro em Portugal.
Pode conhecer o que são os circuitos curtos e ter uma ideia do conjunto das 3 visitas de campo aqui.
X Encontro nacional de Educação para a Cidadania Global
Julho, 4. A Escola Superior de Educação de Lisboa acolheu durante um dia, muito intenso, 137 participantes, vindos de diversos pontos do país, incluindo a Madeira, para um Encontro nacional dedicado à reflexão, debate, partilha, experimentação e participação coletiva sobre “Diálogos entre o local e o global”.
Durante a manhã houve um enquadramento do Encontro, que contou com uma breve apresentação da Rede ECG, responsável pela sua organização; uma intervenção da investigadora espanhola Alejandra Boni; e reflexões (em grupos), a partir da partilha de 5 experiências pedagógicas concretas, relacionadas com os seguintes temas: soberania alimentar, minerais livres de conflitos, a água e 2 ações diferentes de formação em ECG. O objetivo era perceber como podemos, nos nossos locais, sentir, compreender e incorporar, na prática, os problemas e desafios globais.
A parte da tarde destinou-se ao conhecimento e debate, à luz da ECG (também em grupos), de 4 “agendas internacionais” com impactos fundamentais ao nível local: a Estratégia europeia 2020 (adotada no quadro da UE em 2010, para a década); os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (que serão aprovados na Assembleia Geral da ONU em setembro/outubro); as alterações climáticas (em grande debate atualmente, precedendo a Conferência internacional de Paris, em dezembro); e o TTIP (Transatlantic Trade and Investment Partnership), tratado em processo de negociação entre os EUA e a UE.
Pelo meio houve oportunidade para conhecer melhor o Comércio Justo, através de uma banca de venda de produtos e de uma “pausa justa”, a meio da manhã; para recolher e adquirir materiais informativos e pedagógicos no âmbito da ECG, disponíveis numa outra banca; para conviver e aprofundar o interconhecimento, quer durante o almoço, quer em 2 momentos em que dançámos em conjunto uma dança de roda grega e no final, quando tirámos a fotografia com todos/as os e as participantes.
Em breve estará disponível a Memória do Encontro.
Lembramos que o CIDAC iniciou a sua ação por Timor muito cedo, ainda em 1974, prolongando-a durante os 24 anos que durou a ocupação indonésia de acordo com a análise que fazia do que seria prioritário nesta luta e da sua capacidade própria para corresponder a essas necessidades. Em março de 2004, a Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação (CAVR) de Timor Leste, na audição pública que organizou dedicada à componente internacional da luta pela autodeterminação, ouviu o testemunho de Luísa Teotónio Pereira sobre a participação da sociedade civil portuguesa nesse esforço coletivo de grande envergadura.
Abril, 29. Dedicadas à “Avaliação no contexto da Educação para o Desenvolvimento”, o programa das Jornadas desenvolveu-se em torno de 2 temas principais, a avaliação de resultados e a avaliação de impacto, da partilha de experiências concretas e de uma sessão, no fim, durante a qual 4 grupos de trabalho elaboraram propostas concretas para melhorar as práticas de avaliação no nosso país, no futuro. O CIDAC fez parte da Comissão Organizadora das Jornadas.
As Jornadas tinham 4 objetivos: 1) Reconhecer e compreender a avaliação das intervenções em ED como processo de aprendizagem; 2) Debater as potencialidades, os limites e as condições necessárias para a realização de avaliações de impacto no contexto da ED; 3) Contribuir para a integração de uma cultura de Avaliação nos processos de trabalho das organizações; 4) Contribuir para o processo de avaliação externa da Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento (ENED).
Para lhes dar resposta, foram convidados Jan van Ongevalle, Adélie Miguel Sierra (ambos da Bélgica), Arnfinn Nygaard (Noruega) e João Guerra (Portugal), que partilharam as suas aprendizagens com base na participação em trabalhos de avaliação realizados nos últimos anos. Numa outra sessão, Margarida Fernandes, Ana Teresa Santos e Margarida Gomes apresentaram experiências concretas de avaliações, respetivamente, de uma ação, de um projeto e de um processo, no contexto da Educação para a Cidadania Global, da Educação para o Desenvolvimento e da Educação Ambiental.
O mais brevemente possível estará disponível a Memória destas Jornadas, que se juntará às anteriores, reforçando-se assim um património com significado na área da ED em Portugal. Para já, pode consultar a bibliografia indicativa distribuída.
A tarde do dia 18 começou com a reforma agrária (Fernando Oliveira Baptista), seguindo-se a parte dedicada à descolonização (Luísa Teotónio Pereira e Ribeiro Cardoso) e terminou com os testemunhos sobre a Aliança Povo-MFA (Vitalina Sofio e Coronel Andrade da Silva).
O processo de descolonização foi abordado de 2 pontos de vista: o reconhecimento da sua complexidade e a importância das políticas, nomeadamente públicas, da memória - ver o interessante livro “Ditaduras e revolução: democracia e políticas da memória” (2015), coordenação de Manuel Loff, Filipe Piedade e Luciana Castro Soutelo - e o caso concreto de Moçambique, no qual Ribeiro Cardoso participou e relatou no livro “O fim do Império: memórias de um soldado português” (2014), disponível no Centro de Recursos do CIDAC.
Na parte da manhã refletimos sobre “como trabalhar o global no local”, a partir de 4 experiências diferentes recentemente realizadas com educadores/as do Funchal, Gualtar, Mira e Setúbal. Foi um 2 em 1: partilharam-se as experiências, acentuando este prisma do “local” e do “global” e avançou-se na sua concetualização, que dará origem a um futuro documento da Rede sobre o tema.
À tarde tratámos da sustentabilidade da Rede ECG, da comunicação (interna e externa) e da preparação do X Encontro Nacional de Educação para a Cidadania Global, que terá lugar em Lisboa, no sábado 4 de julho de 2015. O grupo de trabalho constituído para pôr de pé o Encontro, nos seus vários aspetos (desde os objetivos, a temática e o programa até às questões logísticas) já tem muito por onde caminhar...
O CIDAC fez uma apresentação da temática da Soberania Alimentar e a representante da ReCo deu a conhecer a rede de confiança entre pequenos produtores e consumidores do Baixo Alentejo, tendo sido possível ver alguns dos produtos que a ReCo comercializa, como grão, azeite, chouriços vegetarianos, sabonetes, compotas, artesanato.
Esta é conversa fez parte dos debates organizados mensalmente pela abelarama no Espaço Associativo MOB, em Lisboa, dedicados às várias problemáticas da alimentação e sistemas alimentares.
As e os 19 educadores/as presentes, vindos/as de vários pontos do país, fizeram o ponto da situação das várias atividades de Educação para a Cidadania Global que decorrem nas suas escolas e de outras atividades da Rede, como a elaboração de material pedagógico e a preparação do Encontro nacional de 4 de julho próximo.
Relativamente ao funcionamento da Rede ECG, aprovou-se o logótipo criado pelo Gabinete de Imagem e Comunicação da Escola Superior de Educação do Porto (em breve disponível), discutiu-se o melhoramento da comunicação interna entre os 40 membros atuais da Rede e abordou-se o importante e difícil tema da sustentabilidade da Rede ECG no futuro.
O próximo Encontro de trabalho ficou já marcado, para 11 de abril, em Braga.
Avaliação de projeto em Timor Leste
Janeiro. O CIDAC inovou. Mais relevante do que o facto em si é o contexto em causa. Fizemos a avaliação final do projeto “Assistência técnica e reforço das competências da HASATIL e das Organizações da Sociedade Civil de Desenvolvimento Rural em Timor Leste”, uma intervenção de 3 anos da responsabilidade do Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF), em parceria com as ONG timorenses BELUN, FOKUPERS e ETADEP.
No quadro do encerramento do projeto, o IMVF lançou um concurso para a contratação de uma entidade externa para conduzir a avaliação dos resultados alcançados, sistematizar aprendizagens e recomendar linhas de trabalho com o objetivo de reforçar a sustentabilidade da ação. Decidimos candidatar-nos porque vimos neste trabalho uma oportunidade para ganhar experiência numa área que identificamos como prioritária, e que queremos desenvolver nos próximos anos.
Para além das competências específicas que o trabalho exigia, para esta avaliação em concreto o CIDAC podia levar uma vasta experiência na gestão de projetos de contornos semelhantes, e ainda a experiência de mais de 10 anos de trabalho em Timor Leste, associado ao reforço da sociedade civil local.
Desde o início nos pareceu que a avaliação do projeto liderado pelo IMVF tinha potencial para contribuir para uma compreensão mais aprofundada do contexto específico da nossa própria intervenção. Apesar de sermos organizações diferentes, partilhamos alguns aspetos no quadro da cooperação para o desenvolvimento, e a reflexão conjunta sobre o que fazemos e como o fazemos ajuda a pôr em perspetiva a nossa ação, olhando para diferenças e semelhanças, para estratégias e resultados, positivos e negativos.
Foi uma experiência muito interessante para nós e, esperamos, útil para todas as organizações ligadas ao projeto, que procurámos envolver de alguma forma no curto tempo de avaliação no terreno.
A primeira escola a desenvolver uma ação foi a Escola Secundária de Sá da Bandeira, em Santarém, onde no dia 8 de janeiro, e já pelo terceiro ano consecutivo, os alunos/as organizaram uma banca de Comércio Justo. Nesta ação em concreto, foram os próprios estudantes que sensibilizaram a comunidade educativa para as temáticas ligadas ao Comércio Justo.
Seguiu-se a Escola Secundária Ferreira Dias, no Cacém, no dia 26 de janeiro. Fomos convidados para esta escola para dinamizar uma ação de sensibilização, inserida no âmbito das atividades da “Semana das Ciências Sociais e Humanas”. Nesta sessão participaram 2 turmas, uma do 10º ano de Economia e uma do 11º ano do curso profissional de Saúde. No final do terceiro período, alguns dos alunos/as que participaram nas sessões irão organizar uma banca com produtos do Comércio Justo.
Já em fevereiro, fomos convidados pelo Colégio de Santa Doroteia para dinamizar algumas atividades ligadas à temática. No dia 23, participamos em duas sessões de sensibilização para todas as turmas do 9ºano, perfazendo um total de 120 alunos/as participantes. A nossa exposição itinerante “O comércio pode ser justo!” estará presente na escola durante duas semanas e no final os alunos/as vão organizar uma banca com produtos do Comércio Justo.
Esperamos continuar a trabalhar em conjunto com as várias comunidades educativas ao longo do resto do ano!
Diálogo Transatlântico: agricultura, alimentação e TTIP
Novembro, 5. O CIDAC organizou esta conferência com o propósito de debater, numa perspetiva de Soberania Alimentar, os impactos na produção agrícola e nos sistemas alimentares do Acordo de Parceria e Investimento Transatlântico (conhecido pela sigla TTIP) que está atualmente a ser negociado entre os Estados Unidos e a União Europeia. Veja o vídeo.
Foram convidados oradores de ambos os lados do Atlântico: Eric Holt-Giménez, agroecologista e economista político, atualmente diretor executivo da organização norte americana Food First e Esther Vivas, membro do Centro de Estudos sobre Movimentos Sociais na Universidade Pompeu Fabra em Barcelona, cujos campos de investigação são os movimentos sociais contemporâneos e as práticas alternativas ao modelo dominante de produção, distribuição e consumo alimentar.
A iniciativa vem na sequência do trabalho que o CIDAC tem desenvolvido há vários anos na área da soberania alimentar e da nossa visão crítica do TTIP, pelo modelo de sociedade e de economia que este tratado preconiza.
À descoberta da Soberania Alimentar em Portugal 2015 – 3
Na sequência das visitas realizadas no ano passado, que tiveram como foco questões ligadas à produção local e à sustentabilidade, este ano as três visitas previstas centram-se na comercialização de produtos locais por via de circuitos curtos, numa relação de proximidade entre quem produz e quem consome e os desafios que este tipo de comercialização representa para os pequenos produtores.
A primeira visita foi ao projeto “Da Nossa Terra”, uma iniciativa única em Portugal onde os produtores locais, através da Cooperativa Agrícola de Penafiel trabalham com a Câmara Municipal de Penafiel para o fornecimento alimentar a entidades de grande consumo do concelho (cantinas escolares, supermercados).
Atualmente a iniciativa tem contratos com as Juntas de Freguesia do concelho para fornecer as cantinas de treze escolas do ensino básico e pretende, no futuro, poder fornecer as escolas do ensino secundário.
Os/as visitantes foram acolhidos nas instalações da Coopenafiel pela engenheira Maria José Mota, que lhes apresentou a história da iniciativa e clarificou o papel da cooperativa na comercialização dos produtos e como intermediária entre os produtores e as entidades de consumo. Seguiu-se uma conversa sobre o impacto da iniciativa na comunidade local, durante a qual se destacou a importância da sensibilização sobre produção e consumo local.
Mais tarde o grupo foi recebido calorosamente na Quinta de Estosa pelo Senhor Justino, um dos agricultores que participa no projeto “Da Nossa Terra”. Percorrendo os seus terrenos, os/as visitantes tiveram a oportunidade de aprender sobre os seus métodos de cultivo e o valor que a iniciativa tem para ele como produtor.
A visita terminou com uma discussão geral sobre as dificuldades que a cooperativa e os produtores enfrentam para a expansão desta iniciativa.
Estão programadas mais duas visitas de campo para outubro. No dia 3 à Casa do Sal, na Figueira da Foz, que promove redes colaborativas entre pequenos produtores na produção e escoamento dos seus produtos, e no dia 19 ao projeto “Cabaz do Mar”, que promove a venda direta entre pescadores e consumidores.
No dia 8 de maio organizámos, em conjunto com os cursos de mestrado e de doutoramento em Ecologia Humana da FCSH (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas) da Universidade Nova de Lisboa, uma conferência dedicada ao Comércio Justo. Do evento destacamos a mesa redonda dedicada ao circuito Produção-Comercialização-Consumo, na qual participaram, dando o seu testemunho, conversando com a audiência e respondendo às suas questões: José Cid da Silva, produtor biológico; Dénia Claudino, Loja de Comércio Justo; Armand Muñoz, grupo de consumo A Bela Rama. Moderou a professora Ana Firmino, da FCSH.
No dia 14, em colaboração com o GRAAL e o Banco de Tempo dos serviços sociais da Caixa Geral de Depósitos, organizámos uma sessão de sensibilização e uma banca de produtos de CJ dirigidas aos trabalhadores desta instituição.
A 15 de maio, aprofundamos a nossa colaboração com a Escola Superior de Educação de Lisboa, participando no Dia da Escola, através da realização de uma sessão de sensibilização e de uma banca de produtos de CJ.
No dia seguinte estivemos no Fórum Lisboa a dinamizar uma oficina de Comércio Justo para os participantes na Semana do Desenvolvimento, durante a qual fizemos uma viagem pelo mundo do café, através do jogo pedagógico “A cadeia do café”.
A 18 de maio saímos de Lisboa em direção à Escola Superior de Educação de Coimbra. Organizada no seguimento do estágio curricular da aluna Susana Carreiro, do curso de Animação Socioeducativa, realizámos uma sessão de sensibilização e uma banca com produtos de CJ para os/as alunos/as do 1º e 2º anos do curso.
No dia 21, com o GRAAL e a Casa da Esquina, participámos numa palestra do Banco de Tempo de Coimbra dedicada ao Comércio Justo e à Soberania Alimentar. A conversa, muito participada, permitiu também aprofundar problemáticas como o TTIP e outras ameaças globais que podem representar pontos de não-retorno.
Para além do CIDAC, as organizações que promoveram a sessão foram a Associação José Afonso, a ATTAC, o Congresso Democrático das Alternativas e a Iniciativa para uma Auditoria Cidadã à Dívida.
O Centro de Recursos do CIDAC possui um acervo documental que se foi desenvolvendo, ao longo dos anos, em duas direções: um núcleo sobre a colonização, as lutas de libertação, a guerra colonial, a descolonização, a primeira década e meia dos novos Estados de língua oficial portuguesa, e a relação de Portugal com estes países; e outro sobre temáticas ligadas ao Desenvolvimento, em particular no âmbito do Comércio e Desenvolvimento e da Educação para o Desenvolvimento.
Esta atividade foi pensada no quadro do primeiro núcleo e numa perspetiva de Educação para o Desenvolvimento. Identificaram-se 5 temas (luta anti-colonial em Portugal; Amílcar Cabral e a independência da Guiné-Bissau; memórias da guerra e o caso dos desertores; filhos de militares portugueses na Guiné-Bissau e retornados; o processo de descolonização em Moçambique) e selecionaram-se alguns documentos relativos a cada tema. Cinco grupos de alunas/os consultaram os documentos e partilharam depois entre si o que tinham visto, lendo também pequenos excertos escolhidos na altura.
Da avaliação feita posteriormente pelos/as alunos/as ressaltou a "originalidade / criatividade da atividade", a "riqueza do espólio", a "variedade de fontes", o "contacto com documentos originais", a "dinâmica de grupos", a "troca de informações entre os vários elementos participantes", a "possibilidade de aprender num contexto novo com recursos diferentes do normal da sala de aula", a "visão de uma perspetiva diferente da guerra colonial", a "noção de proximidade entre o que lemos e a realidade"... mas também a dificuldade de gestão do tempo face à oportunidade e interesse da consulta documental e da partilha que se seguiu.
Em 2 horas, depois de uma breve abordagem sobre o que é a ECG, as alunas e alunos tentaram identificar, em pequenos grupos, aspetos das atividades que estão a preparar para realizar em e com várias comunidades, ligados às 3 dimensões constitutivas da ECG: i) a dimensão educativa; ii) a dimensão de cidadania; iii) a dimensão da relação entre o local e o global. O levantamento feito serviu de base a algumas reflexões sobre as dificuldades e potencialidades da intervenção comunitária, no quadro concreto em que está proposta neste caso. A avaliação foi globalmente positiva, mas o tempo escasso, pelo que ficaram pistas que poderão ser desenvolvidas ao longo das próximas semanas.
O CIDAC foi convidado a animar parte deste processo através da dinamização de três grupos de trabalho ligados à Agricultura, à Inserção através da Atividade Económica e ao Turismo Social e Solidário. Decorreu nos dias 27 e 28 de janeiro a sessão de preparação deste trabalho, que será seguida de 3 sessões com cada um destes grupos, até março.
Janeiro, 26. O CIDAC possui uma interessante e atual documentação sobre temáticas ligadas ao Desenvolvimento (para além do espólio dedicado à luta anti-colonial, descolonização e primeiros anos das independências dos PALOP). Este ano iniciámos uma série de conversas informais com docentes e estudantes do ensino superior para ver como ela pode ser utilmente utilizada neste âmbito.
O primeiro destes diálogos realizou-se no Centro de Recursos com dois professores e três alunos do ICSCP (Lisboa) e proporcionou um mútuo conhecimento dos interesses neste tipo de informação e um levantamento de possibilidades de colaboração. As e os visitantes utilizaram o serviço de empréstimo domiciliário, escolhendo livros que levaram para ler em casa, e recolheram dados sobre apoios a iniciativas futuras a realizar na universidade, nomeadamente na área do Comércio Justo.
Neste ano letivo estão inscritas 93 turmas de 72 escolas, assim repartidas pelos cinco grupos de idade: dos 6 aos 8 anos, 6 escolas; dos 8 aos 10 anos, 14 escolas; dos 10 aos 12 anos, 23 escolas; dos 12 aos 14 anos, 14 escolas; e dos 14 aos 17 anos, 15 escolas.
O tema da edição deste ano são os “Direitos sociais e a fiscalidade justa”. Para o tratar, são apresentadas propostas para analisar e refletir sobre as desigualdades e injustiças que se verificam a nível local e global e para descobrir como promover um sistema de direitos sociais e de fiscalidade justo, à nossa volta e noutros locais do mundo.
Janeiro, 16. Membros individuais e coletivos do fórum C&T reuniram-se no Porto, no bairro do Pego Negro (Campanhã), acolhidos pela respetiva Associação de Moradores. O programa visava, na parte da manhã, partilhar desafios colocados por alguns membros ao conjunto do fórum e, da parte da tarde, o desenvolvimento de uma oficina temática, de participação aberta, sobre "Arquitetura e urbanismo participados".
Neste contexto, durante a manhã, 4 organizações (ADC Moura, CIDAC, CooLabora e Rumo) apresentaram uma proposta de trabalho para os próximos meses (janeiro 2015 - janeiro 2016) sobre consumo institucional responsável, relacionando este com a prática de entreajuda entre entidades coletivas. Outras ideias discutidas e adotadas, um resumo da oficina e toda a informação relevante sobre o C&T, podem ser consultados no respetivo site.
O dia foi também a oportunidade de festejar o 2º aniversário do fórum Cidadania & Território. No final, o próximo Encontro ficou marcado para o dia 9 de maio, em S. Brás de Alportel.