Dezembro, 21, 2016 - A Fundação Calouste Gulbenkian e o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua distinguiram o projeto Sinergias ED no âmbito da 2ª edição do Concurso "Investigação para o Desenvolvimento".
O financiamento confiado à equipa – composta pela Fundação Gonçalo da Silveira, pelo Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto e pelo CIDAC – vai permitir a sistematização científica de dados e resultados do muito trabalho desenvolvido pelo projeto Sinergias ED nos últimos três anos. Conheça este trabalho através do sítio www.sinergiased.org.
O Concurso “Investigação para o Desenvolvimento” visa contribuir para o reforço da capacidade de produção de conhecimento e influência de políticas públicas, por parte das ONGD portuguesas, assim como aproximá-las de instituições científicas e de ensino superior e foi criado em 2015 no âmbito do Ano Europeu para o Desenvolvimento.
Novembro, 9-11, 2016. O CIDAC foi convidado a participar no Encontro que deu início ao processo de criação de uma rede de Educação para a Cidadania Global (ECG) a nível global, que se realizou em Seul, Coreia do Sul, por iniciativa do APCEIU - Asia-Pacific Centre of Education for International Understanding, sob os auspícios da UNESCO. Participaram 53 representantes de 36 entidades de todos os continentes, que incluiam organizações intergovernamentais, centros de pesquisa e formação, organizações da sociedade civil, instituições de ensino superior e redes.
Do Encontro saiu uma declaração intitulada “Parcerias para a ECG até 2030: estabelecimento de uma Rede de ECG” na qual os presentes exprimiam o seu “compromisso em explorar possíveis áreas de colaboração na área da ECG através do estabelecimento de uma rede internacional de instituições e organizações para a promoção da ECG”, tendo em conta os seguintes objetivos:
1. Aprofundar o enquadramento concetual e o respetivo âmbito, assim como o resultado dos programas de ECG ao nível global, respondendo às prioridades e necessidades de diferentes regiões e sub-regiões geográficas
2. Reforçar a implementação dos programas de ECG de modo a melhorar o seu impacto, assegurando uma participação inclusiva das partes interessadas, especialmente em áreas marginalizadas
3. Catalizar o empenhamento político e a sua liderança por forma a assegurar o compromisso das partes interessadas.
O APCEIU aceitou a responsabilidade de propor e coordenar os próximos passos deste processo, durante o ano de 2017.
Outubro, 13-19, 2016. O grupo dos Jovens Embaixadores do Comércio Justo da Escola José Gomes Ferreira (de Benfica, em Lisboa), os seus professores e o CIDAC, que colabora nesta iniciativa europeia de promoção do Comércio Justo no ensino secundário desde 2015, juntaram-se na Bélgica aos seus colegas belgas e franceses.
Durante esta semana de atividades, as e os jovens dos três países puderam trocar experiências sobre os seus modos de intervenção, as lojas juniores de Comércio Justo das suas escolas, aprofundar o conhecimento sobre as problemáticas indígenas, sobre a soberania alimentar ou ainda sobre as injustiças no comércio internacional. Esta estada na Bélgica foi também uma ocasião para descobrir as instituições europeias e familiarizarem-se com as ações de influência política, que fazem parte da conceção e das práticas da Educação para o Desenvolvimento.
Outubro, 13-15, 2016. Florença acolheu a 35ª Mesa Redonda do Global Education Network Europe, durante a qual foram lançadas duas novas publicações: um livro, Global Education in Europe Revisited: strategies and structures, policy, practice and challenges, que contém um artigo de Luísa Teotónio Pereira sobre a Estratégia Nacional de Educação em Portugal, e o relatório State of Global Education in Europe 2015.
Este relatório, que passará a ser publicado anualmente, recolhe informação sobre a situação da Educação Global/Educação para o Desenvolvimento em 23 países europeus e, neste caso, sobre o Ano Europeu do Desenvolvimento (2015). Uma parte interessante é um capítulo de abertura com uma tentativa de leitura analítica sobre questões comuns que sobressaem das várias realidades nacionais, proposta a partir de várias abordagens críticas. Um esforço a prosseguir e a aprofundar. Ambas as publicações estão disponíveis no Centro de Recursos do CIDAC.
Veja aqui um vídeo de apresentação do GENE.
Ações colaborativas de ED em processo de Sistematização de Experiências
Setembro, 30, 2016. O CIDAC propôs e preparou, em conjunto com Cecília Fonseca, que animou esta primeira sessão, um exercício de Sistematização de Experiências no quadro do projeto Sinergias ED: fortalecer a ligação entre investigação e ação na ED em Portugal. O objetivo é o de analisar e refletir sobre as experiências colaborativas no âmbito da Educação para o Desenvolvimento (ED) realizadas entre 11 Instituições de Ensino Superior (IES) e 11 Organizações da Sociedade Civil (OSC) portuguesas nos últimos dois anos e sintetizar aprendizagens para uma nova fase de colaboração.
Ao mesmo tempo, pretende-se aproveitar esta ocasião para experienciar e assim conhecer uma nova abordagem de aprendizagem, neste caso a partir da redescoberta, debate e aprofundamento, em coletivo, das ações em que nos envolvemos diretamente. Aprender connosco próprios, é o que nos proporciona a Sistematização de Experiências.
Neste caso, o desafio é grande, porque se trata, na prática, da sistematização de 11 sistematizações, sendo cada uma destas uma das ações colaborativas (acima mencionadas) concretizadas por 11 "duplas" de IES e OSC (pode conhecer 6 delas no nº 3 da revista online Sinergias: diálogos educativos para a transformação social). Houve uma grande diversidade de experiências, tanto no que diz respeito aos temas e às metodologias, como às forças e fraquezas de cada processo. Por isso esta primeira sessão, à qual se seguirão mais duas, até ao final de novembro, tinha como ponto central a consensualização do foco da Sistematização - o ângulo comum a explorar na análise de cada experiência que, em diálogo no conjunto das 11 ações, nos poderão fazer entender melhor o que se passou, porque se passou assim e como poderemos melhorar e criar experiências mais substantivas no futuro.
Setembro, 4, 2016. Em junho passado, esteve em Portugal Alfredo Villavicencio, representante da Cooperativa de Comércio Justo MCCH (Maquita Cushunchic Comercializando como Hermanos - maquita.com.ec), produtores de cacau do Equador, que nos trouxe a realidade de uma atividade cuja história se entrelaça com a própria história do país, uma vez que tem uma importância fulcral nas comunidades produtoras.
No seguimento do convite à MCCH, desafiamos a jornalista Alexandra Prado Coelho a contribuir para a reflexão sobre as temáticas das alternativas económicas, produção local e circuitos curtos, nomeadamente durante a sessão pública realizada em Lisboa.
O culminar desta colaboração foi a redação de duas excelentes peças jornalísticas editadas no jornal Público de 4 de setembro de 2016, uma que retrata um olhar sobre o Comércio Justo, os seus debates e desafios atuais, e outra que espelha a entrevista que fez a Alfredo Villavicencio.
Foi mais uma jornada intensa, que tentou proporcionar e tornar acessíveis experiências e aprendizagens feitas, levantando novas pistas de reflexão crítica e de trabalho colaborativo para o próximo ano letivo.
Veja aqui a notícia disponível no sítio da Rede ECG (e aproveite para o conhecer e explorar!).
Julho, 8. Gostamos tanto de partilhar experiências, mas fazêmo-lo de modo a aprender, mesmo? A convite do CIDAC e da Fundação Gonçalo da Silveira (FGS), Oscar Jara animou uma oficina, dirigida a membros da Rede de Educação para a Cidadania Global, sobre “como partilhar experiências” no âmbito da ECG.
Oscar Jara é educador popular e sociólogo peruano e costa-riquenho, Diretor do Centro de Estudos e Publicações Alforja (Costa Rica) e Presidente do Conselho de Educação Popular da América Latina e das Caraíbas (CEAAL).
Veja aqui uma notícia mais detalhada.
Junho, 6-11. Durante uma semana recebemos em Portugal Alfredo Villavicencio, da Fundação equatoriana Maquita Cushunchic Comercializando Como Hermanos (MCCH), uma das mais importantes estruturas de produtores de cacau do país, integrada no movimento do Comércio Justo e que representa cerca de 270 mil famílias de produtores.
No dia 6, Alfredo foi à Escola Secundária José Gomes Ferreira fazer uma apresentação aos Jovens Embaixadores do Comércio Justo, uma excelente oportunidade para os alunos e alunas conviverem de perto com um dos principais atores da cadeia de Comércio Justo – os produtores.
No dia seguinte, reunimos no CIDAC um grupo de pessoas interessadas em aprofundar algumas questões: o funcionamento do mercado internacional do cacau, a soberania alimentar no contexto do cultivo de um produto de exportação e um olhar crítico sobre o Comércio Justo, a partir da experiência da MCCH.
No dia 8, teve lugar uma apresentação pública no Centro das Artes Culinárias em Lisboa. Nesta sessão, Villavicencio explicou-nos a importância da produção de cacau no Equador, o trabalho da MCCH nesta área e o papel do Comércio Justo como proposta alternativa de Economia Solidária. Nesta sessão, tivemos o prazer de contar com a presença da jornalista Alexandra Prado Coelho, que nos trouxe a sua experiência de contacto com produtores de todo o território nacional, refletindo sobre vários temas, nomeadamente sobre a importância de se reforçarem os circuitos curtos sustentáveis.
No dia 9 houve outra apresentação pública, em Faro, na Universidade do Algarve. No fim, a plateia estava nitidamente inspirada com a experiência da MCCH – principalmente os aspetos de união, de cooperação, de partilha e de comunhão dos milhares de produtores que, juntos, são mais fortes. O debate centrou-se nas preocupações locais – “como podemos desenvolver as nossas capacidades locais; como fortalecer as iniciativas; como fazer a diferença; como trabalhar em conjunto.” Contámos também com a larga experiência de Priscila Soares, representante da associação In Loco, que contribuiu para o debate com a sua reflexão sobre as dinâmicas de produção locais.
No último dia, tivemos ocasião de visitar a chocolateria artesanal Bettina e Niccolò Corallo, onde pudemos trocar experiências sobre o mundo do chocolate.
Comércio Justo nas escolas
Março, 7. Em janeiro fomos à Escola Secundária Fernando Lopes Graça (Parede), para realizar duas sessões de sensibilização para quatro turmas do 10 e 11º ano. Recebemos também, nas instalações do CIDAC, uma turma da Escola Alemã de Lisboa para completar uma série de 4 sessões que haviamos iniciado no final de 2015
Estas são escolas com as quais colaboramos desde 2011, e que dinamizam nos seus espaços, regularmente, bancas de Comércio Justo abertas à comunidade escolar.
Fevereiro ficou marcado por “estreias” com as idas ao Colégio Integrado Montemaior (Odivelas), ao Agrupamento de Escolas de Santa Catarina (Linda-a-Velha) e à Escola Alfredo Silva, em Sintra. Para além das sessões, houve duas mostras da exposição itinerante “O Comércio pode ser justo!” e duas bancas de venda de produtos do CJ.
Em Março, contactámos com dois novos estabelecimentos: Escola Técnica e Profissional do Ribatejo (Santarém) e Escola Secundária Dr. António Carvalho Figueiredo (Loures). Dinámizámos duas sessões e os/as alunos/as realizaram uma banca de venda de produtos do CJ.
Fevereiro, 2-3. A convite da Federação Artisans du Monde, uma das principais organizações de Comércio Justo em França desde 1974, o CIDAC participou neste Encontro que se realizou em Paris. As jornadas de trabalho foram dedicadas à Educação para o Comércio Justo na escola, no primeiro dia, e na rua, no segundo. Juntou várias organizações ligadas ao Comércio Justo, de França, Bélgica, Líbano, Senegal, Peru e Brasil.
O CIDAC viajou juntamente com duas professoras da Escola Secundaria José Gomes Ferreira, de Lisboa, com quem participa no projeto JACE - Jovens Embaixadores do Comércio Justo, para uma reunião transnacional deste projeto que se realizou no dia 1. Também participaram nesta reunião os representantes da Central de Cooperativas Agrarias Cafetaleras de los Valles de Sandia e da Escola Secundária de Massiapo, do Peru, associadas ao projeto JACE.
Comércio Justo nas escolas: em 2015 foi assim...
Janeiro. Ao longo do ano transacto visitámos 10 escolas do ensino básico e secundário, em 6 foi utilizada a exposição itinerante “O comércio pode ser justo!”, promovemos 9 sessões de sensibilização sobre a temática do Comércio Justo (CJ) e Soberania Alimentar e educadores/as e alunos/as dinamizaram 10 bancas de venda de produtos de CJ.
Centradas nas questões organizacionais e comerciais ligadas à economia solidária, estas sessões foram realizadas junto dos grupos de mulheres associadas ao projeto, em São Domingos, Cacheu, Bafatá e Bissau. Um dos aspetos centrais que foi debatido em cada um dos grupos focou a necessidade de os grupos não só funcionarem internamente com base em princípios colaborativos mas também de encontrarem estratégias que permitam aos diferente grupos de se reforçarem uns aos outros nos aspetos da produção e da comercialização.
Além destas formações destinadas aos grupos de mulheres, realizou-se uma sessão de aprofundamento do conceito e das praticas da economia solidária junto das ONG associadas ao Cabaz di tera, Tiniguena, Coajoc, No Kumé Sabi, DIVUTEC entre outras.
Novembro 25-27, 2016. Teve lugar o segundo curso regional de Descodificação dos Media desta vez em Vila Nova de Gaia. Este curso enquadra-se no trabalho desenvolvido pelo CIDAC e a Par – Respostas Sociais no âmbito do projeto conjunto “Acima da Media”.
Participaram 10 jovens dos 11 aos 16 anos, que durante os três dias puderam trabalhar a análise critica dos media e a propagação de mensagens estereotipadas por estes nas suas diferentes formas, meios de comunicação social tradicionais, redes sociais, Internet.
Estes cursos regionais têm como objetivo capacitar associações juvenis e consequentemente os jovens com as quais estas trabalham sobre a desconstrução dos media nos seus diferentes formatos (papel, áudio visual, digital).
Do conjunto de atividades destacamos uma conferência com a participação da UMAR, um encontro com alunos/as e professores/as da Escola José Gomes Ferreira, ambos em Lisboa, um encontro na Casa da Esquina em Coimbra, organizado em colaboração com o Graal e um seminário para alunos/as da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra organizado em colaboração com o CES-Coimbra.
Houve ainda tempo para visitar e trocar experiências com José Cid da Silva, na Quinta do Estanque em Montemor o Novo, um produtor de azeite que se dedica à produção biológica desde 1974.
Outubro, 26–novembro, 09, 2016. Uma equipa de 7 elementos composta por representantes do CIDAC, da organização de Comércio Justo francesa Artisans du Monde, da Escola José Gomes Ferreira (Portugal) e da Escola Bel-Orme (Bordéus) fizeram uma visita de estudo ao Perú com os objetivos de conhecer as organizações de Comércio Justo peruanas com as quais trabalhamos e de preparar uma visita de estudo que se fará em julho do próximo ano com os/as alunos/as de França e de Portugal envolvidos no projeto Jovens Embaixadores de Comércio Justo.
Nesta visita tivemos oportunidade de conhecer um pouco do trabalho da CECOVASA. Visitámos a oficina de exportação em Lima, a oficina de processamento do café em Juliaca, bem como as plantações de café em Massiapo, pertencentes à Cooperativa Agrária de Alto Inambari, uma das 13 associadas da CECOVASA, em plena selva de Sandia. Durante estes dias traçámos o programa educativo que se fará com os jovens durante a próxima viagem: conhecer o meio envolvente, a história, os modos de vida, o modo de produção de café e a escola local.
Esta visita foi também uma oportunidade para trocar experiências com a Escola Jorge Basadre Grohmann situada em Massiapo, e onde estudam muitos dos filhos e filhas dos produtores locais e que ao longo do último ano fizeram parte do intercâmbio com os alunos/as portugueses, franceses e belgas.
Além dos produtores de café conhecemos algumas associações de artesãos pertencentes à CIAP (Central Interregional de Artesanos do Peru) e também de preparar em conjunto as atividades que se farão com os e as estudantesno próximo ano: oficinas de cerâmica, oficinas de tecelagem de lã e visita à central de exportação de artesanato.
Em Lurin, arredores de Lima, ficámos a conhecer a associação de ceramistas Ichimay Wari, composta por 12 famílias de ceramistas originárias de Ayacucho, a capital dos Wari, uma importante civilização pré-inca que se notabilizou no trabalho com a cerâmica. Em Puno, nas margens do lago Titicaca, visitámos duas associações de mulheres artesãs (tecelagem), a Sur Andino e a Associação de Artesãs Aymara Camacarri.
O entusiamo demonstrado pelos vários grupos sobre a importância do trabalho educativo que estamos a desenvolver com as e os jovens fez-nos sair do país com a plena convicção de que esta experiência será para todos uma grande aprendizagem para a vida.
Novembro, 4, 2016. Em Dili, cerca de 30 pessoas participaram numa animada discussão sobre os desafios atuais que se colocam às Organizações da Sociedade Civil (OSC) no atual contexto de Timor Leste. Organizado pelo FONGTIL – Forum das ONG de Timor Leste, este foi o segundo encontro de um ciclo de 6 a realizar entre 2016 e 2017.
Desta feita, a proposta era discutir os desafios e oportunidades que enquadram as relações das organizações locais com o Estado e com os organismos internacionais, contando para tal com 3 intervenções: a primeira centrada na relação com o Estado, a segunda na ligação entre OSC e os seus públicos, e a terceira sobre o problema do financiamento e, consequentemente, na relação entre as organizações e os seus financiadores.
3 apresentações cheias de conteúdo - duas delas podem já ser consultadas na página de Facebook “OSS / OSC (Organizasaun Sosiedade Sivil / Organizações da Sociedade Civil)” mas, para já, apenas em tetum - lançaram o mote para uma conversa que deixou claros alguns dos desafios com que se confrontam as organizações timorenses. Falou-se da diversidade de organizações que compõem a sociedade civil timorense (prestadoras de serviços, ativistas e de investigação), de fragilidades nas suas intervenções quando, por exemplo, implementam a agenda de outros, governo e/ou doadores ou quando tomam as comunidades com quem trabalham por meros beneficiários e não como razão de ser da própria organização. Falou-se também do desafio que é hoje distinguir a expressão política própria das OSC, que se confunde com o discurso partidário, particularmente à medida que se aproxima o ano eleitoral de 2017, ou ainda das vantagens e desvantagens dos diferentes tipos de financiamento possíveis (com estreita ligação ao debate sobre a independência das OSC).
Embora a conversa se tenha centrado particularmente sobre a realidade timorense, importa destacar a transversalidade dos aspetos discutidos. Uma discussão em Timor, que poderia fazer-se (e está mesmo a acontecer) em muitas outras partes do mundo.
Conferência "Diálogos de Comércio Justo e a construção da paz"
Outubro, 18, 2016. No seguimento de diversas iniciativas de sensibilização e reflexão sobre o Comércio Justo, o CIDAC organizou, em parceria com o CES (Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra), uma conferência dedicada ao Comércio Justo e ao seu papel em processos de construção de paz, nomeadamente no quadro da Cooperação para o Desenvolvimento. O nosso convidado principal foi o diretor do Trade For Development Center da Bélgica, Samuel Poos.
O Trade For Development Center (TDC), sob a tutela da Agência Belga para o Desenvolvimento, desenvolve um programa dedicado ao apoio do Comércio Justo em diversos países e à sensibilização, na Bélgica, sobre o mesmo tema. O seu diretor, Samuel Poos, explicou a génese e expôs as atividades realizadas pelo Centro, com relevo para as que contribuem para estimular e reforçar processos de paz em territórios em conflito. Enquanto comentador, José Manuel Pureza, na sua qualidade de professor de Relações Internacionais e investigador de Estudos para a Paz, fez uma reflexão sobre algumas das questões abordadas.
O debate que se seguiu centrou-se em problemáticas atuais do CJ: a sua capacidade para transformar os padrões de produção e de consumo, a importância das lutas contra as causas e as consequências da guerra e o papel do CJ, o aproveitamento que dele fazem as multinacionais e a grande distribuição, a complementaridade entre ações de Cooperação e de Educação para o Desenvolvimento, entre outras.
Outubro, 8 e 9, 2016. Foi um dia e meio de reflexão sobre as atividades da Rede de Educação para a Cidadania Global no ano letivo 2015-2016 e de preparação da intervenção na área da Cidadania Global durante o ano escolar que começou há pouco. Os membros da Rede, entre os quais se conta o CIDAC, partilharam as suas experiências e daí extraíram recomendações que informaram as prioridades para este ano.
Foram identificadas algumas áreas às quais dar prioridade: o apoio a processos em curso; o registo de experiências e de materiais; a partilha de experiências a distância; e, sempre, o aprofundamento da Educação para a Cidadania Global.
Veja uma notícia mais detalhada no sítio da Rede ECG.
Setembro, 29, 2016. O CIDAC em conjunto com a Par – Respostas Sociais promoveram a ação de formação “Compreender a Lógica Mediática”. Esta ação de formação dividiu-se em dois momentos, um destinado a estudantes de comunicação e responsáveis de comunicação de outras organizações da Sociedade Civil e um segundo momento destinado aos participantes do projeto “Acima da Média! Descodificação dos Media ao serviço da cidadania global”.
A iniciativa, realizada no âmbito do projeto “Acima da Média!" promovido pelo CIDAC e pela Par contou com a animação de António de La Fuente da organização ITECO e teve como objetivo ter um olhar crítico sobre a construção de informação nos media e a sua relação com o desenvolvimento.
Julho, 8. Aproveitando a grande experiência e capacidades de reflexão e de comunicação de Oscar Jara, o CIDAC e a FGS desafiaram-no a partilhar as suas interrogações e propostas no âmbito da ECG, a partir do conhecimento e da vivência das sociedades latino-americanas.
Numa sessão realizada no Centro de Estudos Sociais (CES), em Lisboa, Oscar Jara falou das mudanças, das ameaças, das expectativas do continente e do mundo e, nesse contexto, do papel dos processos educativos como processos ético – políticos - culturais – pedagógicos – estéticos.
Veja aqui a notícia mais desenvolvida.
Junho, 13 a 16. O CIDAC participou numa reunião que juntou as organizações de 3 países envolvidas na promoção de grupos de Comércio Justo no ensino secundário - Escola Secundária José Gomes Ferreira em Benfica (Lisboa), Colégios Bel Orme de Bordeus (França) e Saint Roch de Theux (Bélgica), e as organizações de Comércio Justo Artisans du Monde (França) e Oxfam Magasins du Monde (Bélgica).
Realizado na cidade de Theux, o evento permitiu planificar a visita de alunos/as portugueses e franceses à Bélgica, prevista para outubro. Nessa altura, os alunos e alunas poderão conhecer-se, partilhar as suas experiências específicas e descobrir os atores e iniciativas locais ligadas ao Comércio Justo e à Soberania Alimentar. Esta reunião permitiu também planear uma visita de estudo de responsáveis das escolas e das organizações de Comércio Justo ao Peru, com o objetivo de preparar a ida de grupos de alunos que, em 2017, irão encontrar colegas peruanos e conhecer a realidade da produção de café.
Maio, 16. A convite da ESE de Lisboa e do CIDAC, no contexto do trabalho colaborativo que têm vindo a realizar (ver aqui), reuniram-se docentes representantes de 9 (Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Lisboa, Porto, Setúbal, Viana do Castelo e Viseu) das 14 Escolas Superiores de Educação públicas existentes para partilhar as suas experiências na área da Educação para o Desenvolvimento e falar do futuro.
Para o Encontro foi também convidada a docente universitária Ana Cano Ramirez (Universidad de Gran Canaria) que nos trouxe a sua experiência concreta e o seu trabalho de investigação sobre a inserção da ED no ensino superior em Espanha, dando à reflexão conjunta um âmbito mais alargado. Para além do CIDAC, participaram elementos da Fundação Gonçalo da Silveira, visto que o Encontro teve o apoio do projeto "Sinergias ED" e da Fundação Calouste Gulbenkian.
Algumas das avalições exprimiram o sentimento geral relativamente às razões pelas quais tinha valido a pena a iniciativa: "O diálogo estabelecido entre os participantes, a partilha de experiências entre instituições e a abertura a novas propostas. / A oportunidade de refletirmos juntos sobre a ED/ECG e de conhecer o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nas outras escolas." Ficou agendado novo Encontro para maio de 2017, em Bragança.
Abril, 1-15. O CIDAC, em parceria com a organização guineense Cabaz di Tera, participa numa iniciativa que visa contribuir para a emancipação e o reforço de mulheres em situação de vulnerabilidade através de atividades económicas no domínio das produções artesanais.
Março 3-20. Esta viagem a Timor Leste marca um ponto de viragem no trabalho do CIDAC. Depois de 10 anos ligados à promoção do Turismo de Base Comunitária, em parceria com a Fundação Haburas, arrancamos numa nova direção, em parceria com o FONGTIL – Forum das ONG de Timor Leste, promovendo um debate sobre o papel das Organizações da Sociedade Civil.
A ideia surgiu em 2015, a propósito de uma reflexão sobre a fase de trabalho que encerrávamos em Timor, associada a uma discussão que já vem de longe sobre o espaço de trabalho comum entre organizações do Norte e do Sul. Um conjunto de entrevistas com dirigentes de ONG timorenses, e com o Diretor Executivo do FONGTIL, em que se falou de problemas ligados à identidade, legitimidade e diversidade atual do setor, acabaram por conduzir-nos à concretização de um projeto a que chamámos “Pensar o Desenvolvimento: contribuição para a ação transformadora das OSC timorenses”.
Este mês de março foi o momento de presencialmente acertarmos o planeamento e as estratégias, bem como arrancar com as primeiras atividades em conjunto.
Fevereiro, 10-14. O CIDAC acolheu em Lisboa Beltran Apaza e Javier Mamani, representantes da organização peruana CECOVASA - Central de Cooperativas Agrarias Cafetaleras de los Valles de Sandia, e Ysabel Machaca, da Escola Secundária de Massiapo, no quadro do nosso novo projeto de ED, Comércio Justo em Portugal: conhecer, compreender, problematizar, que visa permitir uma melhor compreensão do comércio internacional e do Comércio Justo, através do encontro, do diálogo e do debate com representantes de organizações de produtores do Sul geopolítico.
Foram realizados dois encontros, um com o público interessado e outro dedicado a educadores/as, no Centro de Recursos para o Desenvolvimento do CIDAC. No dia 12 de manhã foram cerca de 220 alunos/as da Escola Secundária José Gomes Ferreira que puderam encontrar-se com eles. Organizamos ainda uma visita ao Centro de Investigação da Ferrugem do Café (Quinta do Marquês de Pombal, Oeiras), que se revelou muito importante, pois esta praga está a dizimar os cafezais da CECOVASA.
Encontro internacional “Sinergias para a transformação social: diálogos sobre Desenvolvimento”
Janeiro, 12 e 13. Foi o primeiro Encontro realizado em Portugal sobre a produção de conhecimento em Educação para o Desenvolvimento (ED), oriunda quer da academia, quer da experiência das organizações da sociedade civil (OSC) e, em particular, do trabalho conjunto entre estes dois atores. A iniciativa marcou o final do projeto “Sinergias ED”, da responsabilidade da Fundação Gonçalo da Silveira e do Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto. Veja esta notícia.
A sessão de abertura contou com a intervenção de Boaventura de Sousa Santos, à qual se seguiu um debate entre este, a economista Manuela Silva e Miguel Silva (da equipa do projeto). No dia seguinte teve lugar uma mesa redonda subordinada ao tema “Educação para a transformação social“ na qual participaram Vanessa Andreotti (Brasil/Canadá), Oscar Jara (Costa Rica), Liisa Jaaskelainen (Finlândia), Stephen McCloskey (Irlanda) e o CIDAC, que partilhou uma reflexão sobre “a complexidade” e o “pensamento complexo” à luz da ED.
Houve ainda momentos mais ligados a atividades desenvolvidas no quadro do projeto: um de apresentação dos trabalhos em curso entre Instituições de Ensino Superior (IES) e OSC, outro de reflexão crítica sobre uma proposta de tipologia de formação em ED para ambos os tipos de entidades (IES e OSC), que dará origem a um documento de referência sobre a matéria e um terceiro de apresentação de 7 revistas, editadas em diferentes países, cujo foco é a ED / Educação para a Cidadania Global.
Unidade Curricular de ED na ESE de Lisboa