Cooperativas: da realidade ao ideal – Lançamento OE #5
28 de janeiro. Cooperativismo: um ideal atual? E entre o ideal e a prática, o que é o cooperativismo na realidade concreta? Que valores? Porquê uma cooperativa e não uma associação ou uma empresa, ou vice-versa? Estas foram algumas das perguntas que guiaram a apresentação do número 5 da revista Outras Economias, na Casa da Achada, em Lisboa. Um momento intergeracional marcado pelo testemunho de diferentes experiências, de norte a sul do país. Começámos pela… prática: uma dinâmica que nos fez acreditar que o impossível - quando cooperamos - pode tornar-se realidade! Soubemos, de seguida, toda a programação do Ano Internacional das Cooperativas, que teve início este mês, por duas pessoas representantes da CASES. A partir das intervenções de Augusto Sousa, da cooperativa Brejos Faria (Moita); da Alina Santos, da coop99 (Porto) e da Rosa Carreira, da CooLabora (Covilhã), cooperativa com quem construímos este número, discutiram-se muitas das dimensões que marcam o cooperativismo: a sua construção histórica; as suas debilidades, desde a democracia interna à sustentabilidade financeira; os limites e potencialidades do quadro legal específico das cooperativas, no cruzamento com outros quadros a que estão sujeitas, como por exemplo, o direito laboral. Foram muitos os temas, numa grande paleta de cores que as cooperativas trazem e suscitam: são mais de cem anos de cooperativismo em Portugal. Qual o seu futuro é uma questão em aberto. Mas ficou no ar que, tal como tantas outras realidades socioeconómicas alternativas ao capitalismo, está sujeito a ciclos. Novas cooperativas de habitação ou cooperativas integrais parecem ser sinais de que se está a iniciar um bom novo ciclo! Se quer saber mais sobre cooperativismo, leia tudo aqui.
Lendo o número 4 da revista OE
17 de janeiro. Foram mais dois os círculos de leitura, que já se tornaram um ponto de encontro online para alguns e algumas intervenientes. Depois do círculo dedicado ao texto O fim das utopias, em 20 de dezembro, realizou-se um segundo momento em que, em vez de um texto, se leu uma banda desenhada. Neste caso, a banda desenhada de Guillaume Lion, Regresso ao Futuro. Facilitados por Amadu Djaló, os círculos têm proporcionado debates que ligam os conteúdos da revista à realidade de cada participante, tendo como pano de fundo preocupações ligadas às questões do desenvolvimento. Tecnologia para quem? Construída por quem e a partir de que recursos? Participantes de vários pontos do mundo – a tecnologia oferece-nos esta possibilidade, sabendo no entanto que também tem custos (energéticos, por exemplo)! - têm-se reunido nestes animados debates. Fique atento/a aos próximos círculos de leitura (se quiser receber informações sobre a sua calendarização consulte a Agenda da revista ou subscreva aqui).
Tecnologia, escrita e... solar punk!
22 de janeiro. As oficinas de escrita já não são novidade no CIDAC. Desta vez, no espaço de luta para a utopia real, a Sirigaita, decidimos explorar o mundo da ficção científica. Não uma ficção científica distópica, como estamos habituadas a ver, mas uma baseada na exploração do Solar Punk. O vídeo O que é o Solar Punk?, também presente no #4 da revista, deu-nos algumas dicas do que é que este futuro pode ser, mas foi preciso fechar os olhos e imaginar uma Lisboa daqui a 10 anos, onde tudo correu maravilhosamente, para vermos uma cidade cheia de verde, árvores e sem carros. Enfim, uma mini utopia. Dinamizada pela Ana Luísa Silva da Oficina Global, pudemos imaginar em conjunto, futuros mais solares e também pensar como é que lá chegaremos.
Oficina criativa: mapeando a tecnologia que usamos
15 de janeiro. Somos mais um D. Quixote que teima em perseguir os moinhos de vento ou um Sancho Pança que abraça o que a modernidade tem para oferecer? Foi esta a pergunta de partida para a nossa oficina criativa no CIDAC. Recorrendo a lápis e caneta (e por vezes ao telemóvel) mapeámos a tecnologia que usamos no nosso dia-a-dia. Percebendo que tecnologia incluia coisas desde escovas dos dentes, a autoclismos e claro o omnipresente smartphone. Ainda assim, acabámos por usá-los para investigar quem é dono da tecnologia que usamos e onde se concentra a maior parte dessa riqueza (apesar da suposta inovação, quem parece estar associado são os suspeitos do costume). Além destes mapas, também pudemos ler e debater sobre a (falta) de inovação e o potencial libertidador da tecnologia, guiando-nos pela entrevista a Cory Doctorow, presente no artigo Apoderar-se dos meios de computação – como os movimentos populares podem derrubar os monopólios das Big Tech. Uma tarde repleta de criatividade e com um sentido de que apesar das falhas da tecnologia, o uso desta para o bem continua a ser possível e necessário!
V Encontro do Sem Sombras: planear os próximos passos!
11 e 12 de janeiro. Para começar o ano em grande, o grupo de jovens do projeto Sem Sombras voltou a reunir-se na Golegã, no centro do Graal. Foram dois dias de reencontro, revisitação do primeiro ano do projeto e de planeamento dos próximos passos! Ficamos entusiasmadas com os resultados que conseguimos alcançar. No sábado, como de costume, iniciámos com dinâmicas de reencontro, depois revimos o projeto e entrámos no programa do encontro. Os seus principais objetivos: pensar num breve vídeo de animação sobre as temáticas do projeto e criar uma campanha de sensibilização a apresentar nas escolas dos e das jovens participantes.
Depois do visionamento da gravação da peça de teatro-debate que nasceu do projeto, o ano passado, num animado carrossel, as e os jovens analisaram as 4 cenas que a compõem e refletiram de forma crítica sobre as desigualdades entre mulheres e homens e a dimensão económica que nelas são tratadas. Surgiram conversas estimulantes e muitas ideias! O debate foi animado e ajudou o grupo a escolher a cena da peça que, de acordo com alguns critérios, fosse a melhor para a adaptação em vídeo. A cena escolhida foi “Restos de ontem” centrada nas personagens Clara e Miguel, um jovem casal a lidar com a gestão da economia do tempo – pessoal, de casal e familiar – com algumas questões que nos permitem refletir sobre vários temas, além da dinâmica particular. Os e as jovens trabalharam no guião da peça e pensaram em sugestões para a criação do mesmo vídeo.
No domingo, num ambiente lúdico, dedicámos toda a manhã e parte da tarde à construção da campanha, a começar também pela escolha do tema. O grupo escolheu a desigualdade salarial entre mulheres e homens e avançou com várias propostas para a sua realização, tanto na parte do conteúdo quanto na parte gráfica e formal, que serão a base do trabalho a desenvolver nos próximos meses.
Cheias de ideias criativas e de reflexões interessantes, terminámos o encontro avaliando o mesmo e já a planificar o próximo. O ano começou cheio de novidades e entusiasmo!